Todos temos expetativas em relação aos parceiros amorosos. Mas essas expetativas podem converter-se em exigências, para o bem e para o mal, à medida que a relação cresce.
A expetativa é a esperança de se conseguir algo ou a possibilidade razoável de que algo aconteça. Numa relação afetiva, essas esperanças apoiam-se em momentos de ternura, compreensão, cumplicidade, paixão ou um projeto de vida em comum.
O senso comum diz-nos que deve haver um encontro entre os aspetos essenciais sobre uma série de expetativas básicas comuns que seriam o pilar da relação. No entanto, muitos casais queimam etapas sem chegar a um consenso estável sobre as expetativas de um e de outro ou, inclusive, sem falar delas.
Conceito de amor
O primeiro potencial equívoco a resolver é saber o que cada um entende por amor. Temos uma ideia generalizada do que é o amor, mas que não significa que seja comum a todos, além de que o conceito individual é determinado pelas experiências, seja no núcleo familiar, por amigos ou relações anteriores.
Essa experiência prévia determina pontos de vista sobre aspetos básicos: a entrega condicional ao outro e o sentir-se querido e respeitado. Para algumas pessoas se sentirem queridas significa que se partilham o máximo de experiências, intimidade e tempo com a cara-metade, enquanto outros entendem que passa também por respeitar a individualidade e espaço privado de cada um. Já a entrega incondicional para uns implica compartilhar até ao último detalhe da própria experiência e identidade, e para outros designa partilha, mas sem ultrapassar a fronteira das “áreas reservadas”.
Por isso, é importante conhecer o que significa o amor para o/a companheiro e assim se evitarem mal-entendidos. Caso contrário, pode-se interpretar certas atitudes ou palavras como medidas de controlo ou mudança, quando na realidade se devem a uma determinada visão particular do amor e da partilha.
Mudança a dois
Pedir à cara-metade para mudar, sem ter em conta a sua opinião ou desejos, é um erro muito frequente. Este tipo de dinâmica pode acabar em desentendimentos ou mesmo num ambiente pouco saudável entre os membros do casal, numa atitude contraproducente de “braço de ferro”.
Para corrigir este erro, é bom que se analise por que é tão importante que o companheiro/a adote outros pontos de vista. Por que não tentar assumir a diferença e que as opiniões e desejos de um podem não ser necessariamente corretos e os únicos possíveis?
Um aspeto em que é primordial um acordo (principalmente a médio prazo) é o das expetativas sobre o futuro. Quando as desavenças são grandes neste campo, o casal está condenado a sofrer sérias dificuldades ou mesmo a rutura. Por exemplo, se um membro do casal quer ter filhos e um emprego tranquilo, enquanto o outro prefere viajar e viver em outros países, a diferença entre umas expetativas e outras levará, sem dúvida, a desentendimentos.
A solução para estas e outras diferenças passa sempre por uma boa comunicação. Isto implica poder expressar o que se quer e deseja e saber chegar a acordo para compaginar os desejos de ambos.
Igualdade no casal
O casal deve, acima de tudo, partilhar ideias similares, respeito à igualdade de papéis, direitos e obrigações ou, no mínimo, conhecer a opinião um do outro e ver se é possível chegar a um acordo que integre pontos de vista diferentes.
Em alguns casos, pode existir um pacto sobre a divisão de papéis em que um seja mais responsável por uma tarefa que outro, como na educação dos filhos, por exemplo. No entanto, o melhor será situar a relação em igualdade, para que as decisões de tomem num contínuo exercício de comunicação e diálogo.