Conheça os principais estragos que o verão provoca na pele e no cabelo, bem como as soluções mais eficazes para os contrariar.

Artigo da responsabilidade do Dr. Pedro Vilas Boas. Dermatologista na Clínica Pedro Vilas Boas Dermatologia & Laser

 

Durante os meses de verão, a pele e o cabelo encontram-se particularmente vulneráveis a um conjunto de agressões externas que, muitas vezes, passam despercebidas no dia a dia. A exposição prolongada ao sol, o calor intenso, o sal da água do mar e o cloro das piscinas contribuem de forma significativa para a desidratação, envelhecimento precoce, perda de elasticidade e aparecimento de manchas na pele. No caso do cabelo, é comum notar-se uma maior secura, perda de brilho, fragilidade, pontas espigadas e até um aumento da queda.

Estes efeitos acumulam-se ao longo da estação, podendo deixar marcas visíveis e comprometer a saúde e o aspeto da pele e do cabelo. Por essa razão, é essencial adotar cuidados preventivos e, após o verão, recorrer a tratamentos específicos que ajudem a reparar os danos causados, restaurando a hidratação, a vitalidade e a proteção necessárias para recuperar o equilíbrio natural de ambos. Neste texto, exploramos os principais estragos que o verão pode provocar e apresentamos as soluções mais eficazes para os contrariar.

PELE, A GRANDE SACRIFICADA

Durante o verão, a pele está sujeita a diversas agressões que podem comprometer a sua saúde e aparência. A exposição prolongada aos raios ultravioleta provoca queimaduras solares, favorece o fotoenvelhecimento – com o aparecimento de rugas, manchas e perda de elasticidade – e contribui para o surgimento de manchas pigmentares, como melasma ou lentigos solares.

Além disso, o calor, o sol, a água do mar e o cloro das piscinas provocam desidratação, deixando a pele mais seca e áspera.

Algumas doenças dermatológicas, como rosácea, lúpus, acne ou dermatites, podem agravar-se durante esta época. A exposição solar excessiva, sem a devida proteção, aumenta ainda o risco de desenvolvimento de cancro cutâneo a longo prazo.

QUEIMADURAS SOLARES

A queimadura solar é um dos danos mais imediatos e visíveis causados pela exposição excessiva aos raios ultravioleta (UV) durante o verão. Caracteriza-se por vermelhidão, dor, sensação de calor local, podendo evoluir para inchaço, formação de bolhas e descamação nos dias seguintes.

Este tipo de lesão resulta da agressão direta às células da epiderme e, para além do desconforto, contribui para o envelhecimento precoce da pele e aumenta significativamente o risco de cancro cutâneo, nomeadamente melanoma.

A prevenção passa, sobretudo, pela aplicação generosa e regular de protetor solar com fator de proteção adequado (FPS 50 ou superior), pelo uso de roupa, chapéu e óculos de sol, e pela evicção de exposição direta nas horas de maior intensidade solar (entre as 11h e as 16h).

Caso a queimadura ocorra, o tratamento deve focar-se em hidratar a pele com cremes ou loções calmantes, aplicar compressas frias para aliviar o desconforto e, se necessário, recorrer a medicamentos anti-inflamatórios ou analgésicos para controlar a dor e a inflamação. Em casos mais graves, com bolhas extensas ou sinais de infeção, é aconselhável consultar um médico.

FOTOENVELHECIMENTO CUTÂNEO

A exposição solar repetida e prolongada, sem proteção adequada, contribui, de forma significativa, para o fotoenvelhecimento da pele, um processo caracterizado pelo aparecimento precoce de rugas, perda de elasticidade, textura irregular e manchas pigmentares.

Entre estas, destacam-se o melasma, manchas acastanhadas mais difusas, geralmente localizadas no rosto; e os lentigos solares, também conhecidos como manchas de idade, que surgem em áreas cronicamente expostas ao sol, como rosto, mãos e decote. Estes danos resultam da alteração das fibras de colagénio e elastina e da estimulação exagerada dos melanócitos, as células responsáveis pela produção de pigmento.

Uma abordagem combinada de cuidados em casa e tratamentos médicos é a forma mais eficaz de recuperar a qualidade da pele afetada pelo sol e prevenir o agravamento futuro (ver destaque).

DESIDRATAÇÃO E SECURA

A desidratação e secura da pele são efeitos frequentes após o verão, resultado da exposição ao sol, calor, água do mar e cloro das piscinas, que comprometem a barreira cutânea e levam à perda de água e lípidos essenciais. A pele torna-se mais áspera, opaca, com sensação de repuxamento, podendo mesmo apresentar descamação ou pequenas fissuras.

Para reverter estes danos, é essencial adotar uma rotina de cuidados em casa que privilegie a hidratação intensa, recorrendo a cremes ricos em ácido hialurónico, ceramidas, glicerina ou óleos vegetais, aplicados de forma generosa e regular, especialmente após o banho.

É igualmente importante evitar banhos muito quentes e produtos de limpeza agressivos, optando por soluções suaves e hidratantes. Quando a desidratação é mais marcada ou persistente, o dermatologista pode recomendar tratamentos mais específicos, como skinboosters com ácido hialurónico, que permitem uma hidratação profunda e duradoura através de microinjeções, peelings suaves para estimular a renovação cutânea sem agredir a pele; ou ainda a prescrição de produtos médicos com concentrações reforçadas de ingredientes reparadores. Estas estratégias combinadas permitem recuperar a suavidade, elasticidade e luminosidade da pele afetada pelos excessos do verão.

Leia o artigo completo na edição de setembro 2025 (nº 363)