No âmbito do Dia Mundial de Sensibilização para a Leucemia Mieloide Aguda (LMA), que se assinala a 21 de abril, a Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL) e a Astellas Farma juntam-se para alertar para a importância de tratar o mais cedo possível esta patologia, de forma a que os doentes tenham maior probabilidade de sobreviver. Conhecer e estar atento aos sintomas é o primeiro passo.
Cansaço, febre, falta de ar, perda de peso, hematomas, fraqueza, suores noturnos e infeções são os sintomas mais frequentes da LMA, um cancro raro e agressivo do sangue e da medula óssea que interfere no desenvolvimento de células sanguíneas saudáveis. Devido à falta de sintomas singulares da doença, estes podem muitas vezes ser confundidos com gripe ou até COVID-19.
“A LMA desenvolve-se e piora rapidamente a menos que seja tratada. Como tal, quando o doente apresenta sintomas, é de extrema importância ficar atento e fazer o diagnóstico adequado, permitindo iniciar tratamentos o mais precocemente possível. Só assim é possível aumentar as possibilidades de sobrevivência”, explica Manuel Abecassis, presidente da APCL.
Numa altura em que o país está a desconfinar gradualmente, a APCL apela aos doentes com LMA e outros cancros do sangue, sobretudo aos que descuraram os tratamentos durante a pandemia devido à COVID-19, que, por um lado, sigam todas as recomendações dos seus médicos assistentes e das unidades hospitalares onde são acompanhados e, por outro, se aconselhem junto dos profissionais de saúde que habitualmente os assistem sobre as formas de acompanhamento, necessidade de consultas e meios de diagnóstico.
A LMA é a mais comum das leucemias agudas, sendo responsável por cerca de 25% dos casos. Apesar de afetar tanto adultos como crianças, a sua incidência aumenta com o envelhecimento. A sobrevivência pode ser limitada. Cerca de um terço dos doentes terá uma mutação no gene FLT3, que pode resultar numa progressão mais rápida da doença, com maiores taxas de recaída e menores taxas de sobrevivência do que outras formas de LMA. São conhecidas já muitas outras alterações genéticas que podem influenciar positivamente ou negativamente o prognóstico.
O diagnóstico é feito através de análises ao sangue, biópsia da medula óssea, um estudo dos cromossomas, imunofenotipagem e estudos moleculares. Na maioria dos casos, o tratamento pode passar por quimioterapia, terapêuticas dirigidas a defeitos genéticos ou proteínas específicas das células leucémicas, transplante de células estaminais, imunoterapia ou novos tratamentos ainda em fase de ensaio clínico.
A pensar nos doentes com leucemia, a APCL, com o apoio da Astellas, está a desenvolver novas áreas e ferramentas no seu website que visam dar suporte a doentes e a profissionais de saúde, assim como aproximá-los. Além de conteúdos científicos atualizados com regularidade, haverá um espaço onde os profissionais de saúde, como médicos e enfermeiros, poderão responder às questões dos doentes.