Após o mundo parar para comentar o episódio que aconteceu na noite dos Óscares (domingo, 27), onde o comediante Chris Rock fez no palco uma piada sobre a alopecia de Jada Smith, esposa do ator Will Smith, e levou uma chapada por isso, a especialista em queda capilar e distúrbios do couro cabeludo Dra. Jackeline Alecrim explica que qualquer pessoa pode estar sujeita a sofrer alopecia.
“Existe uma relação já comprovada entre o stress, as alterações emocionais e o desenvolvimento de alopecia em pacientes predispostos. Essas alterações podem alterar o ciclo capilar, comprometendo questões fisiológicas e metabólicas envolvidas na manutenção da saúde do cabelo e do couro cabeludo”, afirma.
A especialista também explica que estudos apontam que os fatores emocionais podem estar relacionados com quadros de ativação de doenças autoimunes crónicas ou transitórias, como é o caso da alopecia areata e de alguns tipos de alopecias definitivas, como as cicatriciais.
Jackeline Alecrim afirma que um outro ponto a ser considerado é que alterações emocionais podem levar a baixa qualidade de sono, a qual afeta, além da imunidade e a secreção hormonal, o estado físico dos indivíduos.
“Além de poder causar a queda precoce dos fios, o stress pode ainda acelerar a perda definitiva do cabelo, através de alterações progressivas causadas nos folículos pilosos ao longo do tempo. Quando o nível de stress aumenta, a produção da melatonina pode ser afetada e essa hormona também tem relação com a saúde capilar”, pontuou a especialista.
Como identificar e tratar o problema precocemente?
A perda dos fios pode ter causas variadas e somente um diagnóstico clínico pode apontar com precisão a causa da queda de cabelo. A especialista explica que, apesar da calvície ser mais comum em homens, outros tipos de alopecias são muito comuns em mulheres e isso deve-se ao facto de passarem por alterações hormonais e fisiológicas mais frequentemente.
“Além das variações hormonais, a queda acentuada dos fios pode estar relacionada com vários fatores, como por exemplo questões nutricionais, emocionais, condições inflamatórias e autoimunes que podem atingir o couro cabeludo”.
Essas alterações afetam o equilíbrio do ciclo de queda e crescimento do cabelo, fazendo com que o organismo ataque os folículos pilosos, levando a perda de fios, que pode ser localizada ou total.
Mas, a especialista também explica que a boa notícia é que, apesar de assustar, algumas dessas condições podem ser transitórias e podem ser tratadas, como é o caso da alopecia areata.
Mesmo os pacientes que possuem condições crónicas podem contar com tratamentos que auxiliam no controle da queda e acelera a reposição de novos fios e podem ser usados para tratar precocemente o quadro, aumentando as hipóteses de sucesso terapêutico.
“Além dos medicamentos de uso oral, a ciência evoluiu e hoje é possível encontrar produtos de uso tópico, ou seja, que são massageados no couro cabeludo e que demonstram alta eficiência e segurança. Além de desacelerar a queda capilar, estes tratamentos favorecem a reposição de novos fios, aumentam o aporte de nutrientes e melhoram a atividade fisiológica dos folículos pilosos, por atuarem diretamente na área afetada,”, afirma.
Além do tratamento tópico, é essencial alinhar as questões nutricionais, hormonais e demais causas secundárias que podem estar presentes e que exigem avaliação de um especialista.
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