Participar em qualquer forma de dança cria sensações de bem-estar e aumenta a autoestima. A dança, enquanto terapia, vê a pessoa como um todo, influenciando o seu estado de espírito e visão, pelo que encoraja o processo de cura.

 

Aprender a dançar é uma forma de aprender a expressar, através do corpo, as nossas sensações e sentimentos. Todos já dançámos, em jovens, mas este hábito está hoje afastado da vida quotidiana da maioria das pessoas.

A dança africana, pela sua graça e ritmo irresistíveis, pode constituir uma boa forma de começar a descobrir os ritmos de movimento do organismo. A dança ocidental, pelo contrário, preocupa-se mais com o espaço. Em África, pelo contrário, o fator dominante é o ritmo.

Os impulsionadores da dança como técnica de integração entre corpo e o espírito foram Rudolph Laban e Margaret Morris, que inspiraram toda uma corrente de ideias, que levou a compreender a dança sob uma nova perspetiva. Não obstante, foram Alain e Françoise Chatraine quem desenvolveu um método muito mais complexo e eficaz, para ajudar a pessoa através do movimento e da dança. O critério que seguiram foi englobar, num único contexto ativo, as capacidades expressivas e curativas da música, da dança, da arte, da psicologia e da fisiologia.

O movimento livre ensina-nos a conhecer o corpo, a expressar os sentimentos mais profundos e a redescobrir a nossa capacidade criativa. Dançar é aceitar-se a si mesmo e deixar-se inundar pelos ritmos do Universo. A dança atinge o nível máximo de expressividade quando a mente, o corpo e a alma se encontram bem integrados. Para o conseguir, os alunos devem aprender a relaxar-se, a recarregar a sua energia pessoal e a substituir a autocrítica e a tensão pelo mero prazer de se moverem.

Como funciona a terapia da dança?

  • A terapia da dança fornece meios de autoexploração e crescimento, levando a uma maior autoconsciência e autoconfiança.
  • Pode ajudar a restabelecer o contacto com fontes de criatividade e intuição e atua como um antídoto contra o stress.
  • A terapia pode ser feita em grupo ou individualmente.
  • É útil no trabalho com crianças.
  • É cada vez mais usada como parte de uma abordagem multidisciplinar, no tratamento de doentes com muitos problemas de saúde mental, como esquizofrenia, depressão e distúrbios alimentares.
  • A sua aplicação em doenças como a síndrome da fadiga crónica e doenças psicossomáticas também está a ser explorada.
  • A sua dimensão não-verbal pode fornecer novas perspetivas sobre relações entre parceiros, amigos e colegas de trabalho e pode apoiar o desenvolvimento de outras formas de relacionamento.

Artigo anteriormente publicado na edição impressa da SAÚDE E BEM-ESTAR.