EVIDENCIADO PELOS MUITOS DESAFIOS DA PANDEMIA, O ESGOTAMENTO (OU BURNOUT) ATINGIU 54% DOS JOVENS LÍDERES, DE ACORDO COM O ESTUDO “RESETTING NORMAL: DEFINING THE NEW ERA OF WORK 2021”, PROMOVIDO PELO GRUPO ADECCO E RESULTADO DE UM INQUÉRITO A 15 MIL PROFISSIONAIS DE 25 PAÍSES. SÃO DADOS QUE CATAPULTAM A SAÚDE MENTAL COMO UMA PRIORIDADE NO MUNDO DO TRABALHO, MAS A RESPONSABILIDADE PRIMEIRA É DE CADA INDIVÍDUO PARA RECONHECER OS SINAIS DE ALERTA E MUDAR HÁBITOS QUE POSSAM COMPROMETER A SUA SAÚDE MENTAL.

 

Por muito que as empresas se foquem no bem-estar dos seus funcionários, dando as condições ajustadas às suas necessidades, dificilmente serão eficazes na deteção precoce ou mitigação de casos de burnout. Reconhecer a vulnerabilidade poderá ser um passo muito importante, especialmente numa conjuntura global em que o estigma da saúde mental diminui. Neste artigo, identificamos os sinais frequentes de burnout e oferecemos conselhos para agir antes de se esgotar de vez. 

SINAIS DE ESGOTAMENTO

A sua motivação está no “fundo do poço” – Tem dificuldade em entusiasmar-se com o seu trabalho, apesar de normalmente gostar dele? Todos os profissionais têm tarefas menos apelativas no conjunto das suas funções, mas se achar difícil envolver-se no trabalho de forma consistente, considere um sinal de alerta. Neste quadro, é frequente procrastinar o início de uma tarefa ou sentir dificuldade em concentrar-se por períodos de tempo mais longos.

Não lhe apetece interagir socialmente – A sua capacidade de interagir produtivamente com os outros está afetada. A energia necessária para socializar pode parecer avassaladora. Pode não lhe apetecer fazer parte de projetos em que tenha de colaborar com colegas. Identifique se este sentimento se estende às relações pessoais, como, por exemplo, evitar passar tempo com amigos e familiares em casa, reconhecendo que não está com capacidade emocional de interagir com eles.

Sente-se frustrado facilmente – Sente-se esgotado, o estado emocional é muitas vezes cru e tenso. Com o stress e exaustão, sente-se mais propenso a sentimentos negativos e explosões. Dá consigo aborrecido com pequenas coisas que normalmente não seriam nada de especial, criticando os outros desnecessariamente ou exagerando emocionalmente.

Não desempenha ao seu melhor nível – Reconhece que não está ao seu melhor nível quanto ao desempenho. Sente-se numa luta para completar tarefas de rotina que normalmente exigiriam pouco esforço ou entregar trabalho que sabe que poderia ter feito melhor.

Está sempre a pensar no trabalho – É-lhe impossível deixar de pensar no trabalho. Está focado nas tarefas profissionais, mesmo fora do horário. Em casa, verifica constantemente o seu e-mail ou conclui tarefas laborais. Mesmo que não esteja a trabalhar ativamente, está sempre a fazer planos.

ESTRATÉGIAS DE SOBREVIVÊNCIA POUCO SAUDÁVEIS

Sente que precisa de algum tipo de mecanismo de sobrevivência só para passar cada dia? As estratégias de sobrevivência pouco saudáveis variam de pessoa para pessoa. Talvez recorra a fontes de conforto como o excesso de comida, de álcool ou de sono para passar os dias de semana. Pode exagerar até na sua vida social e passar a ser mais intensa. Ou talvez tenda a isolar-se completamente dos amigos e da família. Nenhuma destas estratégias é saudável para lidar com o stress.

Tem dificuldade em dormir – A quantidade de tempo e de energia mental que dedica ao trabalho sobrecarrega fisicamente o seu sistema. Está física e mentalmente exausto, mas tem dificuldade em dormir, apesar de saber que precisa desesperadamente de descansar. A insónia é um sintoma comum de esgotamento e pode exacerbar muitos dos outros sintomas que experimenta.

A sua saúde sofre – Quando se está a sofrer de burnout, é frequentemente mais do que um bloqueio mental. Os sintomas irão afetar a sua saúde física. Pode ter dores de cabeça, tonturas, náuseas, desmaios ou problemas de estômago, tais como úlceras, ou mesmo lesões musculares que não sabe de onde vêm, mas que são geradas pela tensão musculoesquelética. Se o seu sistema imunitário estiver comprometido pelo stress, poderá também ser mais propenso a gripe e constipações.

Leia o artigo completo na edição de janeiro 2022 (nº 323)