Nos pés, existem áreas que são o reflexo de cada componente do organismo. A atuação nestas zonas pode ajudar a melhorar as funções de órgãos e sistemas, para que recuperem o equilíbrio perdido ou se oponham à agressão de agentes capazes de desencadear doenças.

 

A ideia de ver resumidas numa parte circunscrita do corpo todos os componentes do organismo e de poder modificar o seu estado através de intervenções limitadas a esta projeção encontra-se bastante divulgada tanto no Oriente como no Ocidente.

Os especialistas em reflexoterapia – isto é, o método de cura que resultou dos conhecimentos proporcionados pela reflexologia –, partilham este conceito. De facto, estão convencidos de que nos pés e nas mãos existem zonas representativas de todas as restantes partes do corpo, com as quais estão ligadas por via nervosa. Consideram estes especialistas que, em consequência de influências ambientais desfavoráveis, pode registar-se uma acumulação de sais de cálcio e de cristais de ácido úrico nas terminações nervosas dos pés, bloqueando-as e, consequentemente, alterando a estimulação normal de glândulas e órgãos.

Determinadas massagens podem contribuir para a eliminação desses cristais e sais, devolvendo aos órgãos a sua estimulação normal e, como consequência, a capacidade de recuperar em pouco tempo as suas funções normais.

COMO SE REALIZA

Especialistas sugerem realizar a massagem de reflexoterapia através da pressão do polegar, imprimindo um movimento semelhante ao que empregaríamos para pulverizar um torrão de açúcar com o polegar de uma mão sobre a palma da outra.

Em primeiro lugar, é muito importante tanto a posição do massajado como a do massagista. Naturalmente, o melhor é que o doente se deite com uma almofada por baixo dos joelhos e o pé assente nos joelhos do massagista, o qual se deve colocar numa postura que garanta a maior comodidade possível.

O movimento do polegar – ou de outros dedos – sobre a parte massajada deve ser lento, profundo e circular. No entanto, antes de começar a massagem, é conveniente que o massagista se familiarize com cada pé, tomando-o entre as mãos e manipulando-o durante uns minutos. Ao mesmo tempo, o paciente preparar-se-á para a operação, relaxando-se com duas ou três respirações profundas.

Dado que, presumivelmente, na reflexoterapia se produz uma verdadeira troca energética entre massajado e massagista, é conveniente que também este último se descontraia, respirando durante a massagem em sintonia com o seu doente.

Quanto à duração da massagem, pode dizer-se que varia com a finalidade:  meramente relaxante ou claramente terapêutica. No primeiro caso, pode durar inclusive uma hora – meia-hora para cada pé; no segundo caso, há que evitar excessos de estimulação, pelo que a massagem não deverá ultrapassar os 15 minutos em cada pé. É preferível massajar uma zona durante alguns minutos, para voltar a ela mais tarde, no decurso da mesma sessão.

As toxinas que se libertam durante a massagem devem ser eliminadas. Para evitar acumulações perigosas, é conveniente espaçar as sessões, do mesmo modo que se aconselha que cada sessão seja seguida de um curto descanso ou de um breve sono.

PARA TODAS AS IDADES

O êxito do tratamento depende da habilidade com que é levado a cabo. O princípio fundamental é reduzir a tensão e facilitar o afluxo de sangue à área afetada. A reflexoterapia, segundo os seus defensores, estimula também o fluxo de energia fina, que revitaliza todo o organismo.

A reflexoterapia é benéfica para pessoas de todas as idades, desde a criança muito pequena até ao idoso. Para o primeiro, será suficiente uma ligeira massagem na planta do pé. As crianças de mais idade necessitam de uma massagem mais ligeira do que a administrada aos adultos.

Obviamente, a idade e as condições da pessoa tratada influem consideravelmente na velocidade de cura. Se a perturbação já for antiga, a substituição de células débeis e doentes será um processo gradual.

 

Origem HISTÓRICA

As origens históricas da reflexoterapia remontam, inevitavelmente, a Hipócrates, pai da medicina ocidental, que viveu no século V e foi defensor da massagem em geral.

No entanto, também não faltam exemplos mais próximos de homens ilustres que praticaram com muito bons resultados a massagem nos pés e nas mãos; entre eles, importa referir o polifacetado Benvenuto Cellini (1500-1571) que, segundo parece, combatia dores de todo o tipo imprimindo uma forte pressão sobre os dedos das mãos e dos pés!

No entanto, o ordenamento atual da reflexologia é obra do médico norte-americano William H. Fitzgerald (1872-1942), que começou a dar a conhecer as suas teorias e os seus resultados práticos em 1913. Segundo este investigador, o corpo humano encontra-se atravessado, no sentido longitudinal, por dez meridianos, que o dividem noutras tantas zonas, cada uma delas ocupada por determinados órgãos, cujo reflexo se encontra em áreas perfeitamente definidas dos pés e das mãos. Sobre este posicionamento inicial, introduziram-se numerosas variantes, sobretudo no que se refere à técnica de massagem das diferentes zonas dos pés e das mãos.