Preocupados com os problemas de saúde que surgem após a infeção por COVID-19, médicos alertam para a necessidade de avaliação médica precoce e acompanhamento das pessoas que estiveram infetadas e que já estão sem risco de contágio.

“Para além do que os estudos nos começam a revelar sobre pessoas que após COVID-19 enfrentam taxas elevadas de disfunção de múltiplos órgãos, como os pulmões, o coração, o cérebro, o fígado e os rins, é inegável o que vamos aprendendo pela experiência clínica”, quem o afirma é a Dra. Ângela de Campos Gonçalves, especialista em Medicina Geral e Familiar na CUF, que alerta: “ao longo destes meses torna-se cada vez mais evidente que os doentes que recuperam da COVID-19 tendem a precisar de cuidados de saúde”.

“Temos percebido que há pessoas que após terem COVID-19 ficam não só com um quadro de fadiga pela própria infeção, mas que ao realizarmos exames complementares de diagnóstico evidenciam mazelas – seja, por exemplo, o agravamento de alguma patologia prévia ou algum défice ao nível da função cardiorrespiratória, devendo ser vigiados e acompanhados no sentido de evitar que se tornem sequelas permanentes”, exemplifica a médica.

“Estima-se que mais de 50% dos indivíduos após a infeção possam manter algum tipo de queixa, sendo os sintomas mais comuns cansaço, dor crónica, dores musculares e falta de ar. Nalgumas situações, estes sintomas podem apresentar-se de forma intensa ao ponto de gerar incapacidade, impactar a qualidade de vida e a reinserção social e profissional”, expõe a Dra. Michele De Santis, pneumologista na CUF.

Atendendo a esta necessidade de avaliação e acompanhamento, a CUF acaba de disponibilizar, em várias unidades de norte a sul do país, a Consulta Pós COVID-19. O objetivo desta consulta, que pode ser feita presencialmente ou por teleconsulta, é identificar, de forma precoce, se estão presentes sequelas que podem ser alvo de reabilitação para conseguir uma recuperação total, qualquer que tenha sido a intensidade da doença apresentada inicialmente.

Ângela de Campos Gonçalves recomenda que “a altura ideal para avaliação de potenciais impactos e necessidades de tratamento ou reabilitação é entre as 6 a 8 semanas após a infeção aguda.