Conheça os diferentes tipos de terapias, a sua evolução ao longo dos tempos, as suas particularidades, e descubra qual a terapia mais indicada para si.

 

Artigo da responsabilidade da Dra. Cláudia Madeira Pereira, Psicóloga Clínica e Psicoterapeuta, especializada em Psicoterapia Cognitivo-Comportamental Integrativa. Tem Doutoramento em Psicologia Clínica e Mestrado em Psicologia Clínica e da Saúde. Exerce clínica privada em Lisboa, com crianças, adolescentes e adultos.

 

Existem muitas terapias psicológicas, diferentes nos seus pressupostos, métodos e técnicas terapêuticas. Algumas estão melhor estudadas cientificamente e têm maior eficácia comprovada do que outras. E, enquanto alguns terapeutas praticam apenas uma terapia, outros usam uma abordagem integrativa, praticando os métodos e técnicas de diferentes terapias, para melhor servir as necessidades dos seus pacientes/clientes. Assim, quando se trata de procurar ajuda psicológica, é importante conhecermos a(s) terapia(s) que o/a profissional pratica. Em seguida, apresentamos-lhe as principais terapias psicológicas existentes.

TERAPIAS PSICOLÓGICAS

  • TERAPIA PSICANALÍTICA (PSICANÁLISE)

A terapia psicanalítica foi criada por Sigmund Freud, conhecido como o “pai da psicanálise”. Ficou famosa por ter sido a primeira “terapia” aplicada às perturbações mentais e predominou até à década de 1950. Apesar de ser bastante conhecida do público em geral e ainda hoje ser praticada por muitos profissionais, a psicanálise é mais uma teoria do que uma terapia, visto que deriva das teorias de Freud, que carecem de provas científicas1.

A teoria de Freud parte do pressuposto de que os seres humanos manifestam uma série de conflitos inconscientes que se originam na infância. E que os problemas de saúde mental são o resultado desses conflitos e de impulsos instintivos – agressivos e sexuais – que são reprimidos no inconsciente. Freud acreditava que, através do diálogo acerca do que vinha à cabeça dos pacientes por livre associação, era possível desvendar os seus conflitos inconscientes originados na infância e libertá-los das suas perturbações mentais.

De forma semelhante, atualmente a psicanálise centra-se, sobretudo, em analisar as experiências da infância e procurar trazer para o consciente eventuais conflitos inconscientes. O terapeuta psicanalítico tem um papel neutro e não-diretivo, evita dar orientações e intervém muito pouco, limitando a intervenção às suas interpretações.

A psicanálise é indicada, sobretudo, para as pessoas que querem explorar os seus traumas da infância e a possível relação com os seus problemas atuais.

Importa ter em conta que a psicanálise implica, geralmente, várias sessões (3 ou 4) por semana e tem uma duração longa (podendo estender-se durante vários anos), o que a torna dispendiosa.

  • TERAPIA PSICODINÂMICA

A terapia psicodinâmica deriva da psicanálise e, à sua semelhança, dedica-se a analisar experiências da infância e a explorar processos inconscientes. Diferencia-se da visão tradicional da psicanálise por poder dar menos ênfase aos impulsos instintivos na interpretação dos problemas do paciente. O terapeuta pode, eventualmente, assumir uma posição mais ativa e diretiva e orientar ou reforçar aspetos não conflituantes do paciente. A frequência típica de sessões é de 1 ou 2 por semana e é também uma terapia longa, o que a torna dispendiosa.

Leia o artigo completo na edição de maio 2019 (nº 294)