A pneumonia é uma doença grave e, ainda que não seja sempre fatal, pode deixar sequelas permanentes. No entanto, a prevenção está ao alcance de todos, através da vacinação antipneumocócica, profilaxia que deve ser aplicada em todas as idades e não apenas na infância.

Artigo da responsabilidade do Prof. José Alves, Presidente da Fundação Portuguesa do Pulmão

 

A pneumonia mata, mas, felizmente, pode ser prevenida. Na União Europeia, a vacina contra a pneumonia está indicada a partir das 6 semanas de vida. Pela sua importância, faz parte, desde julho de 2015, do Programa Nacional de Vacinação do nosso país e está recomendada, não só às crianças, como a todos os jovens e adultos, principalmente aos que correm risco acrescido de contrair a doença.

No entanto, se no caso das crianças pequenas temos consciência da importância da vacinação, a chegada à idade adulta traz-nos uma falsa sensação de imunidade e uma natural diminuição de interesse por esta importante medida preventiva. Um comportamento nocivo que acaba por afetar, não só o bem-estar individual, como a Saúde Pública. A prevenção da pneumonia deve estender-se a toda a população e os adultos não podem ser exceção.

DOENÇA POTENCIALMENTE FATAL

A pneumonia é grave, potencialmente fatal e pode deixar sequelas permanentes, que reduzem drasticamente a qualidade de vida de quem a contraiu. Bronquiectasias (brônquios deformados) e compromisso da função pulmonar são apenas alguns exemplos, tal como a permanência de tosse, expetoração ou falta de ar.

A pneumonia está relacionada com o enfraquecimento do nosso sistema imunitário, razão pela qual adultos a partir dos 65 anos têm maior probabilidade de a contrair, a par de pessoas que sofram de doenças crónicas, como diabetes, asma, doença respiratória crónica, doença cardíaca, doenças do foro oncológico, portadores de VIH ou doenças renais.

VACINA ANTIPNEUMOCÓCICA

Em junho de 2015, a Direção Geral da Saúde lançou uma norma que recomenda a vacinação antipneumocócica a todos os adultos pertencentes aos grupos de risco. Para além da pneumonia, esta vacina tem a vantagem de prevenir formas graves da infeção por pneumococos, como a meningite e a septicemia, e outras menos graves, como a otite média aguda e a sinusite.

Um estudo recente que avaliou a eficácia da vacina antipneumocócica conjugada 13 valente na população adulta provou que o simples ato de imunização pode reduzir o risco de hospitalização por pneumonia em 73%. Resultados relevantes quando sabemos que, em Portugal, morrem em média 161 pessoas por semana, vítimas de pneumonia, e que, só em tratamentos e internamentos, a doença custa ao Estado Português perto de 80 milhões de euros por ano.

Leia o artigo completo na edição de dezembro 2019 (nº 300)