Ao tratamento que traz a possibilidade de cura, também se alia um conjunto de efeitos adversos que podem causar desconforto. O tratamento de quimioterapia tende a ser fonte de sofrimento, que faz com que a pessoa se confronte com os seus limites e procure formas de o aliviar. Na batalha contra o cancro, não existe a necessidade de sofrer ou passar mal, pois têm existido novos desenvolvimentos para a prevenção das náuseas e vómitos induzidos pela quimioterapia.

 

 Pela  Enfª. Sara Torcato Parreira, Enfermeira Especialista

 

Todos os anos são diagnosticadas, em Portugal, milhares de pessoas com cancro. O cancro deriva da produção anormal de células. Todo o nosso corpo é formado por células que se desenvolvem e dividem, num ciclo contínuo, para dar origem a novas células. As células velhas morrem e são substituídas por novas células. Este mecanismo é algo muito bem controlado, mas existem situações em que se podem formar novas células sem que haja necessidade e em que as células velhas não morrem. É nestas situações, por existirem mais células do que as necessárias, que se formam os tumores.

Existem tumores benignos e malignos. Os tumores malignos são, geralmente, mais graves que os tumores benignos, pois as células dos tumores malignos (ou células cancerígenas) têm a capacidade de invadir as zonas circundantes e de formar novos tumores noutros locais do corpo (chama-se a isto metastização). O cancro diz respeito a tumores malignos e existem alguns fatores de risco que podem favorecer o aparecimento do mesmo.

É, por isso, de especial importância que se mantenha um estilo de vida saudável, com uma alimentação equilibrada e prática de atividade física, evitando fumar e consumir álcool em excesso. A par destas recomendações, uma vigilância adequada da saúde e a realização de rastreios (para o cancro da mama e coloretal, por exemplo) são fundamentais.

Após o diagnóstico de cancro segue-se, na maioria das situações, o tratamento. Existem vários tipos de tratamentos utilizados no controlo do cancro, como a cirurgia, a radioterapia, a quimioterapia, as terapêuticas biológicas, entre outros. Todos eles têm efeitos adversos, mas é, geralmente, a quimioterapia que maior receio causa às pessoas com doença oncológica.

EFEITOS ADVERSOS

A quimioterapia é um tratamento destinado a eliminar as células cancerígenas, que afeta, também, algumas das células normais do corpo. A terapia é adequada à pessoa e às características do cancro, pelo que os esquemas de tratamento de quimioterapia não são todos iguais.

Os efeitos secundários da quimioterapia dependem, sobretudo, do tipo de esquema utilizado, mas são, na sua maioria, as células que se dividem rapidamente as mais afetadas. Isto diz respeito, por exemplo, ao cabelo/pelos (embora nem todos os tipos de quimioterapia provoquem queda de cabelo), às células do sangue (com diminuição dos glóbulos brancos, o que pode aumentar o risco de desenvolver infeções) e ao aparelho digestivo (com perda de apetite, náuseas e/ou vómitos e alterações gastrintestinais). No entanto, grande parte destes efeitos secundários podem ser controlados com a administração de terapêutica/medicação de suporte.

Leia o artigo completo na edição de setembro 2017 (nº 275)