A insuficiência cardíaca (IC) é uma doença grave e crónica com uma elevada prevalência em Portugal – cerca de 340 mil portugueses sofrem de IC – e que representa um elevado fardo para os sistemas de saúde. A prevalência tem vindo a aumentar nos últimos anos, com 4,36% da população acima dos 25 anos a sofrer desta doença e a previsão é que até 2035 existam 480 mil pessoas no país a sofrer de insuficiência cardíaca. Apesar dos tratamentos já existentes para fazer face a este problema de saúde, a IC continua a ter elevadas taxas de morbilidade e mortalidade.

No âmbito do Dia Europeu da Insuficiência Cardíaca, que se assinala hoje dia 6 de maio, a Dra. Dulce Brito, cardiologista especializada no tratamento da IC alertapara a importância de atuarmos cada vez mais na prevenção de episódios graves que levem à necessidade de hospitalização ou re-hospitalização de doentes com insuficiência cardíaca, em especial aqueles com fração de ejeção diminuída, após um evento de descompensação”.

A insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida acontece quando o coração não contrai adequadamente, o que faz com que o sangue não seja enviado (bombeado) para todos os órgãos também de forma adequada. Em Portugal, a IC representa cerca de 53 mil episódios de atendimento na Emergência, dos quais 36 mil resultam em hospitalizações. Estima-se que anualmente os custos de hospitalização nos sistemas de saúde, devido à insuficiência cardíaca, rondem os 405 milhões de euros, sendo a grande “fatia” devida a custos dos internamentos.

“Este é um cenário que tem de ser rapidamente mudado não só pela dificuldade que traz na gestão da própria doença (quer para quem sofre de insuficiência cardíaca, quer para os seus cuidadores), como também pelos custos efetivos que estes episódios de urgência representam na despesa em saúde. Cerca de 24% das re-hospitalizações por insuficiência cardíaca ocorrem 30 dias após um evento de descompensação ”, reforça a cardiologista Dulce Brito.

Após um diagnóstico de insuficiência cardíaca é importante que os doentes controlem alguns sintomas e estejam atentos a quaisquer alterações que possam surgir, tais como:

  • Aumento de peso;
  • Agravamento de falta de ar;
  • Maior inchaço nos pés e tornozelos;
  • Surgimento ou agravamento de tonturas;
  • Menor capacidade de realização de exercício físico;
  • Dor no peito persistente (angina);
  • Frequência cardíaca rápida (palpitações),
  • Dificuldade em dormir.

Para além de estar atento a estes sintomas, o acompanhamento por parte de um profissional de saúde é fundamental, bem como a adesão à terapêutica, para uma melhor gestão da doença. A alteração de alguns estilos de vida como a mudança na dieta, prática regular de exercício físico e cessação tabágica, também podem contribuir para evitar o agravamento desta patologia crónica que afeta mundialmente mais de 60 milhões de pessoas.

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