Da família herdamos memórias bonitas e o contexto sociocultural. Infelizmente, podemos herdar também a propensão genética para doenças como a surdez, condição hereditária muito frequente. Se tem familiares com esta ou outras doenças, lembre-se que elas podem afetá-lo a si também.

O ADN do nosso corpo é composto por cerca de 19 mil genes, os quais controlam funções distintas. Desses 19 mil, crê-se que 500 estejam associados a problemas auditivos, com pelo menos duas em três pessoas nascidas surdas a serem resultado de uma mutação num desses 500 genes. Sabia, por exemplo, que o gene mais comum associado à surdez é chamado Connexin 26, o qual representa cerca de 20% dos casos associados a esta condição?

Contudo, há que ter em atenção que a não manifestação de uma doença nos pais não significa que a mesma não possa ser herdada pelos filhos. E também importa o ambiente e o estilo de vida. “Apesar do peso que uma herança genética defeituosa pode ter nas nossas vidas, ela é apenas um dos fatores que contribui para a perda auditiva, a qual pode ocorrer a qualquer momento da vida de um humano. Outros fatores relevantes são: problemas de saúde, o ambiente ao qual a pessoa está exposta, traumas e alguns medicamentos”, explica Dulce Martins Paiva, diretora-geral da GAES Centros Auditivos em Portugal.