Sialorreia é um sintoma caracterizado pelo aumento da saliva e/ou perda da capacidade de engoli-la, sendo que o excesso converte-se em baba. O problema é comum em pacientes com sequelas de AVC, Parkinson, paralisia cerebral e doenças neurológicas degenerativas. Também é comum em crianças até 1 ano e meio  de idade, em decorrência do nascimento dos dentes. Porém, se o problema continuar após os 6 anos, há que procurar um médico.

Segundo especialistas, a sialorreia atinge até 50% dos indivíduos com paralisia cerebral; já nos casos neurológicos degenerativos pode chegar a 80%. Para a Dra. Matilde Sposito, médica fisiatra especialista em bloqueios neuroquímicos, o sintoma pode dificultar a reabilitação e piorar a qualidade de vida do paciente.

“A sialorreia é dividida em dois tipos. A anterior é o excesso de salivação e pode causar problemas dermatológicos ao redor dos lábios, na face e no pescoço, como consequência, o paciente apresenta desconforto físico e alterações comportamentais de exclusão social. Já a posterior é o acumular de saliva na garganta, o que aumenta o risco de pneumonia aspirativa”, alerta a especialista.

Sintomas e diagnóstico

A saliva excessiva provoca prejuízos na função mastigatória, interfere na fala, além da perda de fluidos que levam a perda de proteínas. O diagnóstico é feito clinicamente; o ideal é procurar um médico especialista para identificar e tratar o incómodo adequadamente.

“O diagnóstico é feito através da anamnese detalhada, exames da cavidade oral, exames da avaliação endoscópica da deglutição por fibra ótica para avaliar a eficiência de ingerir salivas, secreções e alimentos. Com esses exames é possível avaliar a quantidade, as características da saliva e a viscosidade, para determinar qual a melhor forma de tratamento”, elucida a médica.

Tratamento

A toxina botulínica pode ser injetada nas glândulas salivares com o propósito de reduzir a produção excessiva. A especialista comenta que o procedimento não tem efeitos colaterais, como as medicações com efeito anticolinérgico.

“A toxina botulínica tem uma boa taxa de sucesso, podendo diminuir em até 70% o volume da salivação. O procedimento é realizado pelo médico fisiatra, de forma rápida e segura, sem a necessidade de anestesia. Além da administração da toxina botulínica, pode-se usar também a atropina, um medicamento que age nas terminações nervosas parassimpáticas, e fazer acompanhamento de exercícios de deglutição e posicionamento do pescoço”, conclui a fisiatra.