Mais de 35 anos e um trabalho stressante, condições habituais nas gravidezes de hoje, não eram comuns há umas décadas. Quais são as consequências?

 

Mais idade significa mais problemas… ou não? Na verdade, os especialistas asseguram que uma mulher de 40 anos, que se cuide e que siga as medidas higiénicas e dietéticas adequadas, pode ter uma gravidez tão agradável como uma jovem de 25. Onde está, então, a diferença?

Idade de referência

A partir dos 35 anos, se se trata da primeira gestação, a mulher será tecnicamente designada por “primípara idosa”. Mas porquê aos 35 e não aos 33 ou aos 37? A possibilidade de ter um filho com anomalias cromossómicas vai aumentando com a idade. A forma de detetar essas anomalias, durante a gravidez, é através da realização de uma amniocentese. Mas este exame tem associado o risco de aborto em cerca de 1 em cada 200 casos.

Portanto, é em função deste perigo que se determinou que seriam os 35 anos a idade em que se começa a recomendar a sua realização. A partir desta idade, a probabilidade de que o bebé nasça com algum problema é superior ao possível risco de aborto; antes dos 35 anos, a probabilidade é menor.

Deste modo, ao fixarem a idade “certa” para a amniocentese, os médicos aplicaram-na ao resto da gravidez, usando-a como idade de referência.

Onde está o problema?

Com a passagem dos anos, as complicações com a gestação podem ir aumentando. E há que tê-las em conta. A maior probabilidade de sofrer infertilidade é uma delas.

De facto, segundo diversas instituições ligadas ao estudo da fertilidade humana, entre os 20 e os 34 anos, a taxa de esterilidade da mulher ronda os 9 a 13%; entre os 35 e os 39 anos, alcança os 25%; e a partir dos 40, afeta mais de 27% das mulheres.

Além disso, existem outras razões para ter maiores cuidados: as complicações de carácter genético – maior risco de malformações cromossómicas para o bebé; as de carácter médico – registam-se mais casos de hipertensão, diabetes gestacional, por exemplo; e, por último, as de carácter prático – a grávida, já não tão nova, apresentar-se-á mais cansada.

Contudo, dado que os casos de grávidas com mais de 35 anos são, atualmente, muito comuns, a idade deixou de ser um fator de risco, para se tornar numa simples condicionante a ter em conta.

Leia o artigo completo na edição de fevereiro 2022 (nº 324)