Esta medicina natural é uma forte aliada da saúde da mulher, de uma conceção fácil, dos tratamentos de procriação medicamente assistida e de uma gestação saudável.

Artigo da responsabilidade da Dra. Rita Vale. Especialista em Medicina Tradicional Chinesa.

 

A Medicina Chinesa é uma terapia natural e holística que procura ver o paciente como um todo, de forma a perceber qual o desequilíbrio energético que desencadeia a sua patologia, e qual a melhor forma de tratar esse desequilíbrio.

O paciente é visto como um ser único e o plano de tratamento é individualizado, de forma a corresponder à necessidade de cada paciente. Engloba várias ferramentas de tratamento, tais como acupuntura, acupuntura laser, eletropuntura, tui-na, fitoterapia, ventosaterapia, moxabustão, dietética chinesa, entre outras. Embora seja muito procurada como complemento à Medicina convencional, deve ser contemplada como um tratamento complementar, pois é também uma medicina preventiva.

Consulta de Fertilidade

Esta terapia tem efeitos comprovados a nível do sistema ginecológico e obstetrícia, como por exemplo na síndrome pré-menstrual, tensão pré-menstrual, menstruação irregular, endometriose, ovários poliquísticos, adenomiose, menopausa, complicações na gravidez, aborto espontâneo, distúrbios hormonais, infeções urinárias, entre outros.

Para a Medicina Chinesa, a infertilidade é a incapacidade de a mulher conceber após dois anos de tentativas, tendo uma vida sexual normal e com boa função reprodutiva do marido.

Na consulta de Fertilidade, há uma abordagem preferencialmente ao casal, pois o desequilíbrio energético pode ser de um dos elementos ou de ambos.  E onde são analisados os exames e análises clínicas do casal. Na minha prática clínica, tenho vindo a observar que cada vez mais há casos em que este desequilíbrio está em ambos os elementos do casal.

Muitos fatores em jogo

O que pode causar esta dificuldade em conceber, aos olhos da Medicina Chinesa? Muitas vezes, apesar dos exames médicos e das análises de sangue não apontarem nenhuma causa aparente para esta dificuldade em conceber, há vários fatores que podem estar a prejudicar o casal, nomeadamente: má qualidade do sono, alimentação deficiente em nutrientes bons para o organismo, elevado stress laboral ou familiar, excesso de peso, alterações no ciclo menstrual, poluentes presentes na rotina do casal, desequilíbrio entre horas laborais e horas de descanso, uso excessivo de medicamentos e/ou tabagismo, entre outras razões.

Nestes casos, muitas vezes basta fazer algumas alterações na rotina do casal e equilibrar os fatores descritos, para que consigam finalmente conceber.

Também chegam à consulta casais em que já há alterações a nível das análises de sangue (como, por exemplo, AMH, progesterona, ácido fólico, ferritina, TSH, T3, T4), alterações a nível do espermograma (como mobilidade insuficiente dos espermatozoides ou má formação dos mesmos) ou mesmo com patologias ginecológicas, como endometriose, síndrome dos ovários poliquístico, trompas obstruídas, miomas, adenomiose, entre outras. Nestes casos, a Medicina Chinesa também tem uma boa resposta de tratamento.

Forte aliada

Esta medicina natural é uma forte aliada nos tratamentos de procriação medicamente assistida, bem como de uma gestação saudável. Isto porque melhora a qualidade dos gâmetas masculinos e femininos, aumenta a vascularização do útero e a sua recetividade. No caso da mulher, equilibra e estimula a hipófise na segregação de FSH e LH e estimula a progesterona e o estradiol.

Já depois da conceção, a Medicina Chinesa continua a ser uma forte aliada na prevenção do aborto espontâneo, a atenuar os sintomas implícitos a uma gestação (como náuseas, vómitos, dor lombar, ciatalgia, cansaço, refluxo, entre outros) e a promover a posição cefálica do feto a partir das 37 semanas. A partir das 38/39 semanas, ajuda a promover as contrações e facilita e estimula o trabalho de parto.

Leia o artigo completo na edição de março 2023 (nº 336)