A chegada de um filho muda por completo a vida do casal e as férias não são exceção. A partir de agora, terão de adaptar os vossos gostos às necessidades e exigências do mais pequeno. E para que as férias decorram sem sobressaltos, há que estar especialmente atento a alguns aspetos.

 

As férias são sinónimo de convivência. Durante um período de tempo mais longo do que o normal, todos os membros da família vão estar juntos, ao longo do dia, fazendo quase tudo em comum e, ao mesmo tempo, num espaço diferente do habitual, possivelmente sem as comodidades que têm em casa. Por isso, é muito importante planear com antecedência as férias familiares, adaptando o destino às necessidades das crianças, para que todos desfrutem e descansem o melhor possível.

Agora são três…

Até há muito pouco tempo, o jovem e feliz casal sonhava, ano após ano, com umas merecidas férias, pensando nelas como um período de descanso e diversão, saindo à noite e participando em atividades próprias de adultos.

Pois bem, a situação mudou radicalmente: agora, são três e, com o bebé, é absolutamente impossível manter o mesmo estilo de vida. O melhor é nem tentar, porque não iriam conseguir e ficariam todos frustrados e exaustos!

Desfrutar plenamente de umas férias com o bebé significa, em primeiro lugar, estabilidade. É preferível – e muito vantajoso para toda a família – escolher um destino que ofereça as máximas comodidades.

Há que ter tem conta que viajar com crianças implica levar imensa “tralha”, que a sua capacidade de resistência é menor do que a nossa e que eles não se divertem da mesma maneira que nós.

Portanto, não são muito aconselháveis as férias sem destino ou com mudanças constantes. O melhor é optar por um lugar fixo, junto à praia ou no campo.

A vida em férias é sempre diferente do habitual; por isso, é conveniente reproduzir, em parte, os nossos hábitos quotidianos, para que o bebé não fique baralhado. Assim, por exemplo, leve os utensílios mais habituais da criança, nomeadamente os seus pratos e talheres preferidos, as suas chupetas, o seu ursinho, etc.

Farmácia de viagem

Em férias, é preciso ter um especial cuidado com a chamada “mudança de águas”, pois nem todas as crianças assimilam corretamente essa mudança. Será conveniente, neste caso, usar água engarrafada para a preparação da comida e para beber.

Não se esqueça de levar consigo uma pequena farmácia, com os medicamentos eventualmente necessários, por exemplo, para a febre, para a dor de barriga e para tratar as assaduras do rabinho. E inclua, ainda, nesta farmácia de viagem, o historial médico da criança, o telefone do hospital mais próximo e um pequeno estojo de primeiros socorros: álcool, água oxigenada, iodo, paracetamol infantil, soro fisiológico, pensos rápidos, gases esterilizadas, algodão, termómetro, tesouras e um produto para as picadas.

Comer e dormir a horas certas

Outra regra fundamental é o respeito pelo horário das refeições e do sono das crianças. Elas são como um relógio e assim devem continuar, durante as férias. Se as obrigarmos a saltar refeições ou as deitarmos fora de horas, por conveniência nossa, apenas provocaremos uma enorme desorientação nas crianças.

O ideal é adaptar o nosso horário de férias aos hábitos dos mais pequenos. Se eles acordarem cedo, magnífico, porque assim aproveitaremos melhor o dia e, além disso, as horas de menos calor. Se escolhemos a praia como destino, será bom madrugar, pois as primeiras horas da manhã são as mais agradáveis e as menos perigosas para apanhar sol; e como a essa hora a praia ainda não está muito concorrida, estaremos mais tranquilos.

Também a hora da sesta das nossas crianças pode converter-se num grande momento, se conseguirmos que elas mantenham o hábito. Nada melhor do que ler um bom livro, depois do almoço e enquanto o bebé dorme.

Precauções na praia

Se escolhermos um destino de praia, teremos infinitas oportunidades para que a criança se divirta. Qual a criança que não fica feliz chapinhando na água ou brincando com um balde e uma pá na areia? Isto devidamente protegido debaixo de um chapéu de sol, com um creme de alta proteção e um panamá. E não se fie nas aparências: mesmo que o dia esteja nublado, o seu filho não deve sair da sombra do chapéu de sol, pois 25% dos raios solares refletem-se na areia e chegam até à sua pele.

Se a criança ainda usa fralda, não a deixe nua sobre a areia e troque frequentemente a fralda, para evitar o efeito do sol sobre a urina acumulada.

Se a criança for mais crescidinha, evite que fique o dia inteiro “de molho”: é preferível que se banhe muitas vezes e em sessões curtas, com uns flutuadores sempre colocados e sob a vigilância próxima de um adulto.

Por último, lembre-se que a brisa marinha melhorará o seu apetite; que caminhar descalço pela beira-mar também será para ele um excelente exercício, para reforçar os músculos dos seus pés; que próximo do mar não há pólen, daí que os destinos de praia sejam particularmente indicados para crianças com problemas alérgicos; que a praia também é especialmente recomendável para crianças com infeções na pele e alterações respiratórias, bem como para relaxar as crianças hiperativas.

Opção pelo campo

Se, pelo contrário, preferirmos passar uns dias no campo, as opções também são muito variadas. Podemos fazer pequenas excursões – ao seu ritmo, claro –, com o que a criança descobrirá o mundo rural, com os seus animais e hábitos próprios. As crianças ficam muito felizes em contacto com a natureza: adoram verificar o que ouvem nas histórias, que as vacas são enormes e realmente fazem “muuuuu”, etc.. De resto, os prados são o melhor campo de futebol, com infinitas possibilidades, para se exercitarem em saltos e corridas.

Para um bebé de menos de um ano, os 1000 metros devem constituir o limite máximo de altitude, no destino de férias. E lembre-se que os seus sentidos sairão reforçados desta experiência, com a aprendizagem de novos sons, novos odores e novas sensações.

Como é a praia ideal para o seu filho?

  • De águas pouco profundas, sem rochas e quase sem ondulação;
  • Resguardada do vento;
  • Nem muito concorrida nem demasiado solitária;
  • De fácil acesso;
  • Com água potável, lavabos próximos e posto de socorrismo;
  • Afastada de portos, ancoradouros e desembocaduras de rios;
  • De areia fina e limpa.

 

Viajar de automóvel

Durante as férias – e não só –, são muito frequentes as deslocações de automóvel. Infelizmente, os acidentes de viação são, atualmente, a causa de mais de 50% das mortes infantis acidentais. E este dado faz referência apenas aos índices de mortalidade, não tomando sequer em consideração a percentagem de crianças feridas ou de casos de invalidez que derivam desses acidentes.

Deste modo, a Associação para a Promoção da Segurança Infantil sugere algumas formas muito simples de proteger a criança, nas deslocações de automóvel:

  • É frequente pensar-se: “É perto, não vale a pena pôr o cinto”. Mas a maioria dos acidentes acontecem dentro das localidades, perto de casa e em percursos curtos. Colocar o cinto de segurança deve ser um hábito, por menor que seja a distância a percorrer.
  • Por vezes, a criança “não quer” usar o cinto de segurança. Seja firme: usar o cinto ou uma cadeira de segurança é a medida mais eficaz contra os efeitos de um acidente de automóvel.
  • Levar a criança ao colo também é frequente. Porém, por melhor que a segure, a criança será brutalmente arrancada dos braços do adulto ou esmagada por 20 vezes o seu peso.
  • Verifique sempre se o equipamento de retenção está certificado: procure a etiqueta “E”. Antes de comprar, experimente a cadeira no seu carro. Verifique se os cintos têm comprimento suficiente para instalar corretamente a cadeira. Uma cadeira mal instalada pode perder todo o seu efeito protetor.
  • Nunca instale uma cadeira de assento invertido num lugar com airbag.
  • Não exceda a lotação do veículo. Lembre-se que as crianças também são passageiros.
  • Não deixe objetos à solta dentro do carro. Também eles terão o seu peso multiplicado, em caso de acidente.
  • Os acidentes não acontecem só aos outros. Proteja a sua família: use sempre o cinto ou a cadeira de segurança, de acordo com o peso e tamanho do passageiro.
  • O cinto de segurança salva vidas, mas não faz milagres: conduza com precaução, evitando velocidades excessivas e mantendo sempre uma distância de segurança em relação ao veículo da frente.

Alojamento: qual a melhor opção?

Desfrutar de umas agradáveis férias em família, durante os meses de verão, é um pequeno luxo, ao alcance de quase todos nós. Quando chega a altura de escolher o local onde passar esses dias, que se desejam felizes, o alojamento é um importante fator a ter em conta. As possibilidades são variadíssimas: desde o hotel ao campismo, passando pelos albergues, as estalagens ou as casas de turismo rural.

O mais confortável

Os casais sem filhos têm a vida mais facilitada, quanto à escolha do local de descanso. No entanto, as crianças complicam um pouco mais as coisas: também são as suas férias e, portanto, tem todo o direito a opinar.

O hotel é, sem dúvida, a melhor opção, quando se deseja descansar, desde que a bolsa o permita. Se os mais pequenos não têm problema com as refeições, melhor ainda.

Caso as crianças não se adaptem às comidas que “não são como as da mamã”, será conveniente decidir-se por um apartamento. Neste caso, a família completa deve colaborar, a fim de que todos desfrutem igualmente desses dias de descanso. Ou seja: se durante o resto do ano é a mulher que se dedica por inteiro às tarefas domésticas, esta situação não deve prolongar-se durante as férias. Será necessário, pois, repartir o trabalho por igual. As crianças também podem assumir a sua parte de responsabilidade.

Desfrutar da natureza

O campismo é a melhor maneira de passar férias em contacto com a natureza, sem renunciar a demasiadas comodidades, tanto pelas instalações de muitos dos parques – que incluem piscinas, zonas de recreio, lavandaria, restaurantes, supermercados, etc. –, como pelas características de algumas tendas e roullotes de campismo, em que não falta nada.

Os jovens são, sem dúvida, os mais entusiastas desta modalidade: é muito fácil encontrar amigos para as suas brincadeiras e divertem-se como nunca. Os pais também não ficam atrás, no que diz respeito a fazer amizades, algumas das quais se prolongam durante vários verões.

Turismo rural

Para os entusiastas do campo, o melhor é decidirem-se pelo alojamento em casas de turismo rural. Não oferecem as comodidades de um hotel, mas também não é esse o objetivo. O objetivo é dar a conhecer aos visitantes a aldeia onde se insere, os seus hábitos, as suas gentes, bem como a arquitetura rural da zona. Em geral, as habitações de turismo rural são construções típicas, recuperadas, para que fiquem suficientemente acolhedoras. Mas o mais atraente costuma ser o local onde se encontram, geralmente em pequenas aldeias, situadas em belas paragens, de onde é possível planear interessantes excursões para toda a família.