No Dia Mundial da Atividade Física, que se assinala a 6 de abril, a Associação Protetora dos Diabéticos de Portugal (APDP) e o Ginásio Clube Português (GCP) lembram os benefícios da atividade física para a prevenção e controlo da diabetes e alertam para os perigos de uma vida sedentária. A inatividade física constitui um fator de risco responsável por cerca de 5 milhões de mortes anuais no mundo e contribui para o aparecimento das principais doenças crónicas não transmissíveis, como a diabetes tipo 2.

Está comprovado cientificamente que a atividade física tem impactos positivos diretos na saúde: melhora o controlo da glicose no sangue, reduz os fatores de risco cardiovascular, reduz a incidência de vários tipos de doenças e contribui para melhoria da composição corporal, bem como para o bem-estar geral.

Para José Manuel Boavida, presidente da Direção da APDP, “As cidades deviam ser planeadas para que a atividade física fosse integrada, naturalmente, na vida das pessoas. Esse passo seria fundamental para proporcionar uma experiência urbana na qual as pessoas pudessem circular ativamente no espaço público, caminhando ou andando de bicicleta, por exemplo, e nos locais de trabalho, com atividades lúdicas ativas e regulares no dia a dia. O problema que se coloca é que a vida da grande maioria das pessoas em idade ativa não integra a atividade física no seu quotidiano e isso pode ter repercussões para a sua saúde.”

Recentemente, a Associação Americana de Diabetes (ADA), divulgou as mais recentes orientações relacionadas com a prática de atividade física por pessoas com diabetes. Nestas inclui-se a recomendação da realização de um volume de treino de pelo menos 150 minutos por semana de atividade com intensidade moderada ou vigorosa para os adultos e uma média de 60 minutos por dia para crianças e adolescentes.

João Pejapes, diretor executivo do Departamento de Exercício e Saúde do GCP, acrescenta que para as pessoas com diabetes, “em relação ao tipo de exercício, devem ser escolhidos exercícios ou atividades que promovam a solicitação dos grandes grupos musculares, incidindo no treino cardiorrespiratório, na flexibilidade, na força muscular e no equilíbrio. Para os mais jovens e fisicamente mais bem preparados, um volume de treino de 75 minutos por semana com uma intensidade vigorosa ou intervalada poderão ser suficientes. Claro que poderá haver a possibilidade de ir um pouco mais além das doses de atividade física recomendadas. Para isso, teremos de nos certificar de que a condição física, os objetivos e as limitações (se existirem) assim o permitem, garantido que todo o plano está ajustado à condição física de cada individuo.”

“O mais importante é ter presente que todos os esquemas têm de ser individualizados e adaptados à vida de cada um. Qualquer quantidade de atividade física é melhor do que nenhuma e toda a atividade física conta, deste o treino planeado às tarefas diárias e domésticas que envolvem movimento”, conclui João Filipe Raposo, diretor clínico da APDP.