As doenças reumáticas representam o grupo de doenças mais comuns nos países desenvolvidos e são causa frequente de incapacidade funcional. O tratamento deve ser o mais precoce possível e tem vindo a evoluir ao longo do tempo, com a utilização crescente de novos fármacos e atuação em múltiplos alvos terapêuticos.

 

Artigo da responsabilidade da Dra. Susana Capela, coordenadora de Reumatologia na Clínica CUF Belém

 

As doenças e alterações funcionais do sistema musculoesquelético de causa não traumática têm um importante impacto na Saúde Pública e na qualidade de vida do de cada doente. Na ausência de diagnóstico precoce e/ou tratamento adequado, podem ter consequências graves, a nível físico, psicológico, familiar e laboral.

As doenças reumáticas são o primeiro motivo de consulta nos Cuidados de Saúde Primários e a principal causa de incapacidade temporária para o trabalho e de reforma antecipada por invalidez.

De acordo com o estudo epidemiológico EpiReumaPt, as doenças reumáticas mais prevalentes em Portugal são a lombalgia, a fibromialgia e a osteoartrose.

DIAGNÓSTICO PRECOCE É FUNDAMENTAL

O diagnóstico é estabelecido preferencialmente por um reumatologista. Além dos sintomas que o doente apresenta e dos sinais detetados no exame objetivo geral e do aparelho locomotor, são importantes os resultados de análises laboratoriais e outros exames disponíveis.

O diagnóstico precoce é fundamental e tem impacto na forma como a doença evolui e nas sequelas que se estabelecem no futuro. Para isso, é importante assegurar um acesso rápido e facilitado a consultas da especialidade de Reumatologia.

TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR

Por vezes, é necessário recorrer a técnicas terapêuticas, tendo-se desenvolvimento nos últimos anos os procedimentos guiados por ecografia. Com frequência, a pessoa tem que ser orientada pelo reumatologista em conjunto com outras áreas multidisciplinares, como a Medicina Física de Reabilitação, a Ortopedia, a Psicologia e a Nutrição.

O tratamento das doenças reumáticas inclui medidas não farmacológicas, como o exercício físico e medidas de relaxamento; e medidas farmacológicas, como protetores da cartilagem, analgésicos, corticosteroides e anti-inflamatórios.

DOENÇAS REUMÁTICAS INFLAMATÓRIAS

Nas doenças reumáticas inflamatórias, como a artrite reumatoide, são utilizados frequentemente imunossupressores. Dentro destes, incluem-se os fármacos biotecnológicos, de diferentes classes, que têm vindo a surgir nos últimos anos. Alguns têm de ser administrados em ambiente hospitalar, em Hospital de Dia de Reumatologia. Estes medicamentos são de administração endovenosa e subcutânea. Mais recentemente, têm sido introduzidas pequenas moléculas orais: os inibidores da JAK.

A meta atual nas doenças reumáticas inflamatórias é atingir a remissão da doença ou a mínima atividade clínica possível. Para tal, os reumatologistas utilizam uma estratégia designada como “Treat to target”, em que os ajustes terapêuticos são realizados de forma criteriosa e dinâmica, com monitorização da adesão à terapêutica e deteção precoce de potenciais efeitos adversos.

Leia o artigo completo na edição de setembro 2022 (nº 330)