A doença renal crónica é uma doença silenciosa e, por isso, muitas vezes detetada tardiamente, pelo que aprender a identificar os sinais de alerta é fundamental para evitar a sua progressão. Assinala-se hoje o Dia Mundial do Rim.

 

A doença renal crónica é uma patologia progressiva, caracterizada por uma deterioração lenta e irreversível dos rins e das suas funções. Uma dessas principais funções consiste na eliminação de substâncias tóxicas resultantes do funcionamento (metabolismo) dos órgãos. Em consequência, aquelas substâncias, ao ficarem retidas no sangue, resultam numa acumulação de produtos metabólicos tóxicos, cujo quadro clínico se designa por uremia.

Pode atingir indivíduos de ambos os sexos, mas parece progredir mais rapidamente no sexo masculino. A incidência é maior nos adultos e idosos. Todavia, a doença renal crónica pode evoluir silenciosamente durante muito tempo. Por este motivo, são particularmente importantes a prevenção e o diagnóstico tão cedo quanto possível. Com esta dupla intervenção, é possível evitar a progressão para uma fase mais avançada e grave.

Diagnóstico precoce evita agravamento

O diagnóstico precoce da doença renal crónica é essencial para que seja possível controlar as suas causas e impedir que se agrave. Contudo, alguns sintomas só são percetíveis nas fases mais avançadas da doença e a possibilidade de recuperação torna-se muito mais difícil.

A hipertensão arterial e a diabetes são responsáveis por mais de metade dos casos de insuficiência renal. Por isso, as pessoas que sofrem destas patologias estão em maior risco.

Um dos principais sinais de doença renal consiste na alteração na cor da urina, que pode tornar-se mais turva e escura.

Outro dos sintomas comuns é o inchaço à volta dos olhos, assim como nas pernas. A dor lombar, frequente e que não aumenta com o movimento, é um sinal de alerta para a existência de um distúrbio ao nível renal.

Falta de força, fadiga, anemia (palidez anormal), náuseas, vómitos matinais e até falta de ar podem ser sinais de que os rins não estão a funcionar corretamente. As pessoas com historial de familiares com doença renal também estão em maior risco.

A única forma de detetar a doença renal crónica em fases precoces é através da análise ao sangue, que avalia os valores da ureia e creatinina. As análises à urina permitem detetar substâncias anómalas e caracterizar o eventual tipo de lesão renal.

Por último, a ecografia renal avalia o tamanho dos rins. Se forem mais pequenos que o normal, a doença é provavelmente crónica.

Em Portugal, estima-se que 800 mil pessoas sofram desta doença. Todos os anos são registados 2200 novos casos em falência renal, a necessitar de diálise. Existem atualmente 14.000 doentes dependentes de diálise, dos quais 5000 são transplantados.

Leia o artigo completo na edição de março 2021 (nº 314)