Doença hemorroidária ainda é uma doença sobre a qual, por vergonha, muitos doentes não falam com o seu médico. Falar de hemorroidas sem mitos e tabus é fundamental para promover um diálogo aberto sobre este tema e, assim, perceber as causas e a melhor abordagem terapêutica para tratar e evitar o agravamento da doença.

A doença hemorroidária é extremamente frequente na população adulta. “Pelo menos, uma em cada duas pessoas com mais de 45 anos vai sofrer de doença hemorroidária pelo menos uma vez na sua vida e, embora seja mais frequente nas faixas etárias entre os 45 e os 65 anos, esta doença pode surgir em qualquer idade”, explica o Dr. João Ramos de Deus, gastroenterologista, membro dos corpos sociais da Sociedade Portuguesa de Coloproctologia.

As hemorroidas são estruturas de tecido conjuntivo, extremamente vascularizadas localizadas no canal anal e podem provocar comichão, dor, perdas de sangue e exteriorização, podendo conduzir a crises de doença hemorroidária. As hemorroidas podem ser internas (desenvolvem-se no interior do ânus e manifestam-se através da perda de sangue e prolapso) ou externas (desenvolvem-se externamente, ao redor do ânus, com perdas raras de sangue).

Apesar de ser uma patologia frequente e que afeta profundamente a qualidade de vida de quem com ela convive, o tabu torna-a numa doença subdiagnosticada e, logo, subtratada. Não tratar as hemorroidas leva ao aumento progressivo do desconforto e ao seu consequente agravamento, com necessidade de tratamentos mais agressivos. Por isso, é fundamental incentivar um diálogo aberto sobre esta doença e, assim, levar mais doentes ao médico para que possam ser devidamente diagnosticados e tratados.

O tratamento varia de acordo com a situação de cada doente, sendo que os medicamentos venoativos, indicados para o tratamento das crises e prevenção das recorrências, e os tópicos para um alívio local complementar são as terapêuticas mais utilizadas, em fase de crise. Sendo uma doença com manifestações recorrentes e por vezes incapacitantes, um tratamento mais consistente pode passar pelo tratamento instrumental em regime ambulatório (esclerose; laqueação elástica; …) ou cirúrgico.

Aconselham-se ainda medidas higieno-dietéticas complementares à terapêutica farmacológica, principalmente a ingestão de alimentos ricos em fibras e maior quantidade de água, para reduzir a obstipação e o consequente esforço durante a defecação.

5 sinais e sintomas de alerta (mais comuns) da doença hemorroidária a ter em conta:

  1. Desconforto/ardor na região anal;
  2. Prurido ou irritação na região anal;
  3. Dor ao defecar;
  4. Hemorragia, sangue vermelho vivo nas fezes ou no papel higiénico ao limpar;
  5. Exteriorização (prolapso) das hemorroidas.

É recomendável procurar um profissional de saúde, sempre que se verifique algum destes sinais e sintomas, para assim perceber as causas e o melhor tratamento a aplicar. Até porque qualquer um destes sintomas pode ser o primeiro de outro tipo de doença mais grave, nomeadamente perdas de sangue.

“Quase que poderíamos dizer que um terço da população padece de doença hemorroidária neste momento, um terço já padeceu da mesma e outro terço ainda irá padecer, ou seja algures na vida todos vamos passar por queixas relacionadas com a doença”, acrescenta o Dr. João Ramos de Deus.

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