Perante a grande percentagem de homens com dificuldade em exporem o problema da disfunção erétil, a mensagem dos especialistas é muito clara: não devem ter vergonha, mas sim procurar ajuda junto do médico de família ou de um urologista.

  

Em Portugal, ainda há muita vergonha quando o tema é o sexo. E, se por um lado nos revelámos na linha da frente no que toca à frequência e à espontaneidade das relações, quando surgem problemas somos também os que mais se destacam, desta vez, pela negativa.

No que respeita à disfunção erétil, os homens portugueses, não só não procuram ajuda médica, como são os que mais evitam a medicação: somos o país com a menor taxa de utilização de medicamentos para a disfunção erétil.

O PERIGO DA INTERNET

Em caso de dúvidas ou problemas, os portugueses preferem pesquisar na Internet, o que é, sem dúvida, inquietante. A Internet permite o anonimato, está disponível 24 horas por dia e não requer qualquer interação. Podemos pesquisar o que bem entendermos, sem que ninguém saiba. A recolha de informação na rede não nos obriga a assumir um problema perante outro ser humano.

Na Internet não há vergonhas ou exposição… mas também não há regulação. Esta é uma realidade preocupante, quando sabemos os riscos que a navegação cibernética pode trazer: a (des)informação e a contrafação de medicamentos são gravíssimas. A maioria dos sites que oferece medicação para a disfunção erétil é ilegal e quem a compra tem uma grande probabilidade de encomendar medicamentos de contrafação, sem controlo de qualidade.

Mensagem dos especialistas

Apesar de todos os esforços para acabar com o tabu, já com alguns avanços, não deixa de ser surpreendente que seja ainda tão difícil para homens e mulheres iniciarem uma conversa sobre saúde sexual com o seu médico.

Em Portugal, esta inibição também se reflete na toma de medicação: 95% dos homens inquiridos em estudos afirma nunca ter feito qualquer tratamento para a disfunção erétil. Trata-se de um número muito superior aos 80% registados a nível mundial.

Os dados são bastante reveladores do trabalho que ainda há por fazer, quer em Portugal, quer no resto do mundo. A disfunção erétil ainda é vista como uma fonte de tensão para o relacionamento por 80% dos inquiridos. Apesar da ansiedade gerada, dados globais revelam que só 20% dos homens utilizam medicamentos para este problema.

Perante a grande percentagem de homens com dificuldade em assumirem e exporem o problema da disfunção erétil, a mensagem dos especialistas é muito clara: não devem ter vergonha, mas sim procurar ajuda junto do médico de família ou de um urologista. Apesar do estigma associado, hoje é possível tratar com êxito quase todas as situações de disfunção erétil. Os avanços registados nos últimos anos vieram facilitar o tratamento e, consequentemente, a vida dos homens que sofrem desta doença.

Leia o artigo completo na edição de fevereiro 2022 (nº 324)