Dificuldade em comunicar, recordar acontecimentos relativamente recentes, estar emocionalmente mais instável e ter menos capacidade de locomoção são algumas das possíveis alterações que uma pessoa com demência sofre, e que surgem frequentemente associadas a um maior isolamento e sentimento de incompreensão. Sessões de grupo com recurso a terapias não farmacológicas revelam benefícios na manutenção das capacidades dos doentes.

 

“As demências são um conjunto de doenças neurodegenerativas, o que significa que as células morrem e não podem ser restituídas. Isto causa um declínio progressivo no funcionamento da pessoa que não pode ser restabelecido, mas pode ser retardado, com recurso às terapias não-farmacológicas de intervenção multidisciplinar. O principal objetivo destas terapias é manter as capacidades preservadas durante o maior período de tempo possível e, para tal, as sessões em grupo parecem ter alguns benefícios acrescidos”, explica a Dra. Margarida Rebolo, neuropsicóloga no NeuroSer, Centro Diagnóstico e Terapias para Doença de Alzheimer e outras patologias neurológicas. “O que a literatura nos diz é que a estimulação cognitiva, ocupacional e/ou motora em grupo melhora a comunicação, o humor e o bem-estar geral, devolvendo um sentimento de competência e eficácia à pessoa e, por isso, proporcionando maior qualidade de vida”, especifica a terapeuta, que garante verificar estes benefícios na sua prática quotidiana.

Nestas sessões de grupo, conforme especifica a terapeuta ocupacional do mesmo centro, Dra. Ana Matias, o que se procura é “criar atividades onde os vários elementos do grupo se sintam confortáveis por participar, onde a frustração de lidar com as perdas funcionais é eliminada e é promovido o lazer e a participação social”. Margarida Rebolo acrescenta que “mesmo em grupo, é importante respeitar a individualidade”.

Leia o artigo completo na edição de novembro 2017 (nº 277)