por Joana Freitas, Mental Coach

 

A pandemia levou-nos a algo novo que até ao momento nunca tinha sido vivido ou sentido – um confinamento nacional. Foi novo para todos e criou uma união do desconhecido. Adaptámo-nos da melhor forma, copiámos outras pessoas, cooperámos e tivemos empatia para com todos em prol de algo grandioso: a saúde pública. Desconfinámos lentamente, matámos algumas saudades – sem toque, sem exageros – e alimentámos um pouco a alma.

E então… Eis que nos vemos novamente a confinar

A verdade é que não é novidade, mas o cansaço e a saturação que nos impedem de vivermos segundo aquilo que nos caracteriza como pessoas – afeto, toque, liberdade – já se manifestam. Estarmos em casa fechados e não podermos fazer o que nos apetece, faz-nos olhar para nós mesmos e avaliarmos as relações, a profissão, a família, o que queremos da vida e, muitas vezes, começamos a colocar tudo em causa.

É neste seguimento que aproveito para recordar que a mente é uma arma de transformação e é necessária à criação de hábitos que transmitam e recuperem a tranquilidade. A saúde mental torna-se o principal elemento e é importante que consiga aproveitar este tempo que lhe é dado da melhor forma.

  1. Aprenda a desligar e crie tranquilidade. A nossa mente funciona por associações. Rapidamente associamos o que sentimos na primeira fase de confinamento a esta nova fase, mas podemos e devemos criar novas associações. Sabemos que a comunicação social vai entrar todos os dias em nossa casa, seja com notícias nada positivas, com números assustadores de infetados, com a economia a sentir-se lesada, entre outras, e que vão levar com que a nossa ansiedade, medos e pensamento tóxicos invadam e controlem o nosso dia a dia, criando o medo do futuro… Mas vamos ser diretos com a nossa mente: esta é a nossa realidade e não a podemos alterar. Sabemos todos que tudo passa, que é um ciclo e esta é a certeza que temos de a sentir, porque é mesmo assim. É necessário criarmos a nossa própria tranquilidade.
  2. Sentir-se desmotivado é normal. Neste momento, o segredo é evitar que se torne refém de pensamentos negativos ou tóxicos. Não deixar que estes o controlem e o façam parar ou sofrer. Para tal, como fazemos para evitar isso? Viver na realidade do aqui e agora não é tão simples como o escrever. É um exercício diário, uma adaptação para controlar o que pensamos, o que associamos. O não pensar como vai ser o futuro, pois esse ninguém o sabe, mas todos o podemos criar.
  3. Manter uma rotina de hábitos saudáveis. Porque não meditar? 15 minutos ao sol na varanda, na janela são o suficiente para diminuir o stress e fortalecer a imunidade. Aproveite para ouvir e dançar, adote uma boa alimentação – aquela que já está a ponderar há algum tempo, mas que ainda não teve tempo – socializar ou procurar atividades criativas online com amigos e família.
  4. Planos para o futuro. Aproveite esta fase para recuperar sonhos que estavam esquecidos ou em pausa, objetivos esquecidos por falta de tempo ou coragem e agora com tempo pode, sem medos, olhar para eles e planear como os tornar exequível.
  5. Aproveite o momento. Como a mente funciona por associações, a fórmula é a criação de novos hábitos. E porque não adaptar a prática de desporto em casa? Ler livros, experimentar uma nova atividade como pintar, aprender a tocar um instrumento… Faça da distância física uma aproximação de sentimentos e a mente criará associações sobre o estar em casa em confinamento.

A mente é a sua melhor arma. Carregue-a e use-a da melhor forma. Um dia compreenderá que fez parte da História do Mundo.