É uma característica do envelhecimento a progressiva redução da atividade do cérebro, que pode conduzir a formas de deterioração das faculdades mentais, com consequências gravíssimas sobre a capacidade do idoso para levar uma vida normal. As possibilidades profiláticas e terapêuticas contemplam uma série de estratégias de atuação, que não se limitam ao campo farmacológico, mas que também implicam modificações no ambiente social e afetivo em que o idoso vive.

 

Com o aumento da esperança média de vida e, consequentemente, do número de pessoas pertencentes à denominada idade sénior, assumiram uma importância crescente as patologias intimamente relacionadas com o envelhecimento. Entre elas, podemos destacar, pela sua difusão e pelos problemas sociais que acarreta, o grupo das diversas formas de demência cerebral.

A nível europeu, na faixa etária compreendida entre os 70 e os 74 anos, os dementes graves constituem perto de 3% da população; a frequência aumenta, de forma visível, nos anos seguintes, atingindo os 6%, entre os 75 e os 79 anos; e valores superiores a 20%, após os 80 anos.

A forma mais comum de demência – a doença de Alzheimer, nas suas formas pré-senil e senil – ocupa o quinto lugar entre as causas de morte nos Estados Unidos e, além disso, implica uma ocupação de camas, nas clínicas para cuidados continuados, equivalente a cerca de 40% do total disponível.

O QUE SE ENTENDE POR DEMÊNCIA?

A demência consiste numa deterioração intensa e progressiva das faculdades mentais, incluindo a memória, e na alteração da conduta social, com a consequente incapacidade de fazer frente às exigências da vida quotidiana.

Antigamente, por definição, o conceito de demência incluía as noções de irreversibilidade e de progressão imparável, o que hoje já não é aceite: muitas formas de demência, reconhecidas e tratadas a tempo, são suscetíveis de melhoria.

As demências senis dividem-se em formas primárias e secundárias. Entre as primárias, além da doença de Alzheimer e da demência por arteriosclerose cerebral – sem dúvida, as mais frequentes em números absolutos –, contam-se as deficiências cerebrais registadas no decurso da doença de Parkinson, as formas ligadas à coreia de Huntington e, ainda, as consequentes a traumatismos e intervenções cirúrgicas ao cérebro.

Entre as formas secundárias, encontram-se aquelas que se desenvolvem no decurso do lúpus eritematoso e da artrite reumatoide.

Podem, também, registar-se estados demenciais resultantes da evolução de tumores malignos, bem como em casos de insuficiência respiratória, hepática ou renal persistente.

Igualmente, as intoxicações podem ser causa de situações de deterioração mental; entre elas, revela-se importante, pela sua frequência, a demência dos alcoólicos.

Leia o artigo completo na Edição de janeiro 2016 (nº 257)