Muitas são as pessoas que passeiam a sua tristeza e amargura, indiferentes a tudo o que as rodeia, sentimentos esses frutos de um coração despedaçado. Se acabou de sofrer um fracasso sentimental, não perca a esperança…

Por vezes, a rutura de uma relação transforma a nossa vida numa espécie de carrossel, que gira sem parar, enquanto nós nos sentimos perdidos e desorientados.

Ana Maria, de 27 anos, conta como colocou fim, recentemente, a uma relação de cinco anos. Segundo ela, toda a emoção se tinha esfumado, pouco a pouco. A vontade de partilhar as mesmas coisas, os mesmos sonhos, tudo o que antes unia o casal, tinha passado para um segundo plano e, ultimamente, sentiam-se como autênticos estranhos. Durante o último ano, algo havia mudado e não sabiam o quê: a verdade é que a relação passava por um período fatal e a eminente rutura pôs fim a uma enormidade de confrontos e aborrecimentos, mas também a muitos planos futuros.

Para a Ana Maria, esta rutura significou uma grande mudança na sua vida: sabia que teria que agir de outra forma, mudar de hábitos, recomeçar do zero. Embora, à primeira vista, tudo parecesse catastrófico, uma abordagem diferente da situação ajudou-a, não só a superar os medos e as incertezas, mas também a sentir-se melhor consigo mesma.

Saber ultrapassar

A maioria das vezes, vivemos a rutura como o fim de um “todo”, ao redor do qual girava a nossa vida. Mas se este eixo se quebra ou se transforma, o nosso mundo desaparece com ele. Não nos ensinaram a ultrapassar os fracassos e as ruturas, talvez porque não haja uma receita para tal.

Todas as relações, não só as sentimentais, passam por diferentes fases e, nestas, há circunstâncias que as enriquecem e outras que as marcam negativamente. Perante esta realidade, é preciso ter em conta o vital que é saber enfrentar uma rutura, não como o fim de algo, mas sim como o início de uma nova etapa, que servirá para nos conhecermos melhor, para nos dedicarmos a nós próprios, para fazer novos planos.

Trabalhar a autoestima

Há separações sentimentais que “amachucam” a nossa autoestima. Por isso, este pode ser um bom momento para começar a trabalhar a sua autoestima e pôr em prática esse provérbio oriental que diz algo como: “Para amar os outros, deves antes amar-te a ti próprio”. Talvez deva estabelecer quais os sentimentos que nutre por si próprio e como eles se repercutem nas suas relações. Ao longo da sua vida, certamente que já viveu momentos bons e momentos maus: recorde com alegria os primeiros e aprenda com os segundos. No fim de contas, você é um ser com defeitos e virtudes, como todos os outros, mas indubitavelmente único e irrepetível.

Pode ser um bom momento para decidir que tipo de relações quer manter com as outras pessoas, tendo definida a relação que mantém contigo próprio.

É tudo uma questão de tempo. Poderá até concluir que aquela pessoa que se afastou não o valorizou o suficiente e que a sua autoestima desceu vertiginosamente com aquela relação.

Esta foi a experiência da Ana Maria, depois de um tempo de separação. O futuro reservava-lhe, afinal, um amplo leque de oportunidades e possibilidades, que a enriqueceram como ser humano.

Leia o artigo completo na edição de junho 2019 (nº 295)