Um dos motivos de choro dos bebés com menos de 4 meses são as chamadas cólicas do lactente. A serenidade perante o problema, umas massagens preventivas e muita paciência são as soluções para ultrapassar o problema.

 

“Que se passa com o meu bebé? Porque chora tanto? Estará doente?”. Fique tranquila! Provavelmente, não é mais do que o início de uma fase, que durará várias semanas, onde predominam as chamadas cólicas do lactente. Estas aparecem durante a segunda semana de vida e caracterizam-se pela presença de dor abdominal. O bebé queixa-se através de um choro forte e prolongado, bem diferente dos da fome ou do sono.

A cólica do lactente é um problema de difícil gestão, que costuma provocar muita angústia e ansiedade no seio familiar. Por isso, os pais devem aprender a detetar estas cólicas, para conseguirem enfrentar a situação da melhor forma possível.

As palavras-chave são paciência e calma. A partir da sexta semana de vida, a situação começa, geralmente, a melhorar.

Quais são as causas?

Segundo os especialistas, as causas destas cólicas são desconhecidas, mas a hipótese mais aceite tem a ver com a imaturidade do intestino, a que se juntam fatores de índole psicológica, que podem agravar todo o processo, como é o casos de pais muito nervosos.

Em casos mais raros, a cólica do lactente pode ter origem numa intolerância às proteínas do leite de vaca, em bebés alimentados a biberão.

Como detetar?

Em primeiro lugar, produz-se um pranto incessante, acompanhado do encolher de pernas, ao mesmo tempo que o bebé fica vermelho do esforço. Por vezes, também se apresentam sintomas como barriga inchada, devido aos gases.

Para os especialistas, pode afirmar-se que o pequeno sofre de cólica do lactente quando tem crises de choro inconsolável, de forma frequente, principalmente à tarde e à noite, após as mamadas, mas que melhoram quando o bebé passeia no carrinho.

Razões de preocupação

Em determinadas ocasiões, podem existir fatores indicativos de que algo não está bem. Se a crise de choro surge repentinamente, acompanhada de palidez e suor, ao mesmo tempo que o bebé apresenta um notório abatimento, há que correr para as urgências hospitalares, pois pode tratar-se de algum outro problema realmente grave.

Aprender a lidar com as cólicas

Lidar com as cólicas exige muita paciência e paz de espírito, o que, por vezes, é difícil pedir a pais com noites mal dormidas. Alguns “truques” podem ajudar a lidar melhor com as cólicas. Vejamos:

  • Dar mimo ao bebé, aconchegá-lo, ouvir música suave ou sons ritmados, tudo pode ajudar o bebé a acalmar.
  • A chucha pode também ter um efeito muito importante, ao ajudar o bebé a acalmar e a adormecer.
  • Muitas vezes uma pequena massagem na barriga, ao mesmo tempo que se efetua uma flexão dos joelhos, ajuda a resolver o problema.
  • Outros bebés sentem-se aliviados quando colocados ao colo de barriga para baixo e recebem uma massagem suave nas costas. Os pais não se podem esquecer, no entanto, que os bebés não devem ser deixados a dormir nesta posição, devido ao perigo de maior incidência de síndrome de morte súbita.
  • Em alguns casos, podem ser dados medicamentos em gotas que vão aliviar a dor do bebé. Existem muitos medicamentos para as cólicas e deve ser o pediatra da criança a discutir este assunto com os pais e, em função da “gravidade” das queixas, aconselhar a medicação mais apropriada. A maioria destas medicações é inofensiva para o bebé. A resposta a estas medicações é, no entanto, muito variável de bebé para bebé e um medicamento que produziu milagres numa criança pode ser ineficaz em outra. É preciso analisar caso a caso.
  • Ao dar de mamar, assegure-se de que o bebé agarra o bem peito, isto é, que consegue meter o mamilo e a aréola dentro da boca. Se toma biberão, verifique que o orifício da tetina se adapta à sua capacidade de deglutição e que o biberão não produz vácuo, quando a criança chupa. Há biberões com válvulas antissoluço e outros com sistema anticólica.

Independentemente de todas estas medidas, a mãe (principalmente) e o pai também precisam de descanso. Por isso, nos casos mais acentuados, aconselha-se sempre a pedir ajuda a algum familiar ou amigo que possa ficar com a criança durante umas horas para que os pais possam sair de casa e “apanhar ar”, recarregando baterias e preparando-se para os dias seguintes.