A cistite é uma inflamação da bexiga, que pode ser causada por uma infeção ou por trauma. Essencialmente por razões anatómicas, é muito comum na mulher. Fique a saber como evitar e tratar esta inconveniente perturbação.

 

Quase todas as infeções que chegam à bexiga devem-se a bactérias que penetram pela uretra, espalhando-se do ânus para o períneo e deste para a vagina, indo inflamar a bexiga.

Se a infeção parte da bexiga para os rins e provoca pielonefrite, talvez haja uma dor a irradiar-lhe para os flancos. Se tiver febre, é possível que também sinta náuseas e vómitos.

Uma urina que vai do amarelo ao laranja, mesmo com um cheiro muito acentuado, não quer dizer que exista infeção. Isso pode acontecer somente porque não bebe líquidos suficientes ou talvez esteja desidratada, devido a vómitos ou a suor abundante. Também pode ser causada por alimentos que comeu em demasia, como os espargos, que provocam uma mudança na cor da urina.

Se tiver uma sensação de queimadura, quando vai à casa de banho, isso poderá querer significar uma uretrite, ou seja, uma inflamação da uretra; mas se for acompanhada de uma dor forte, quase sempre pior quando acabar de urinar, então é cistite. As paredes inflamadas da bexiga contraem-se, para expulsar as últimas gotas de urina e, com isso, apertam os tecidos inflamados.

A cistite é muito vulgar, aborrecida e inconveniente, mas não faz perigar a saúde em geral. A maior parte das mulheres passa por isso alguma vez na sua vida, sendo particularmente frequente durante a gravidez, em especial nos primeiros meses. A gravidez constitui um fator predisponente, não por as infeções serem mais vulgares, mas sim porque a uretra se relaxa sob a influência da progesterona. Num estado mais adiantado de gravidez, a pressão do útero pode fazer com que uma quantidade residual de urina fique na bexiga, depois de urinar. Essa urina estagnada pode facilitar a multiplicação das bactérias.

QUAL É A CAUSA?

O organismo mais vulgar que provoca a infeção é o Escherichi coli, uma bactéria que costuma viver no intestino e em redor do ânus, sem causar problemas. A bactéria espalha-se do reto para o períneo e sobe pela uretra feminina – que é muito mais curta do que a masculina – até à bexiga.

Um trauma mecânico, como um ato sexual fatigante, é outra causa comum de cistite – por isso, recebe a designação de “cistite da lua-de-mel”.

O uso de collants de nylon e de jeans apertadas é, igualmente, causa de cistites, devido à pressão sobre a uretra.

Nas mulheres mais idosas, o prolapso da parede vaginal, que causa uma tensão na uretra, pode estar associado a cistite, devido a um fluxo urinário fraco e a uma possível infeção ascendente.

Por vezes, a introdução de antisséticos na água do banho ou o excesso de desodorizantes vaginais pode originar cistites, aliás como os duches vaginais.

À medida que as mulheres envelhecem e chegam à menopausa, a diminuição de hormonas femininas – estrogénio e progesterona – pode fazer com que todos os órgãos genitais e o períneo se adelgacem e percam a sua resistência, dando origem a um tipo de cistite próprio da menopausa, sem que se perceba porquê.

Contrariamente ao que as pessoas pensam, a falta de higiene, por si só, não provoca cistite, a não ser que exista outro fator predisponente, embora se deva limpar sempre no sentido vagina-ânus. Desde que haja descarga suficiente de urina, por se beber muita água, é quase impossível instalar-se uma cistite numa bexiga sã.

Leia o artigo completo na edição de maio 2016 (nº 261)