Não escolhe idades, nem tamanhos. A celulite é a grande dor de cabeça das mulheres, mas é possível contrariá-la. Para fazer desaparecer o efeito “casca de laranja”, é fundamental atuar em todas as frentes: ter uma alimentação saudável, praticar exercício físico e confiar na tecnologia.

 

Mais do que gordura, água e toxinas acumuladas, a celulite é uma manifestação do stress, do tabaco, da má alimentação, de uma vida sedentária, da ação das hormonas, da genética e até de roupa muito justa.

Quem a tem – e estima-se que sejam 97% das mulheres – sabe bem que a celulite é tudo menos fácil de eliminar. Ao contrário daquilo que muitas vezes se pensa, não se pode relacionar a celulite com o aumento ou a diminuição do peso, porque há mulheres magras que se debatem seriamente com ela.

Se é verdade que é tarefa quase heroica eliminá-la, também é absolutamente honesto dizer que está hoje ao nosso alcance melhorar bastante a sua aparência irregular, vulgarmente conhecida por “casca de laranja”. Nos últimos anos, a tecnologia tem evoluído como nunca e, atualmente, os resultados são surpreendentes.

A importância dos tratamentos anticelulíticos jamais deve ser subestimada. Há que ter em conta que estamos perante a maior dor de cabeça das mulheres, responsável por uma reviravolta na imagem corporal. Quando estes tratamentos conseguem devolver à pele uma aparência lisa, estão, na realidade, a contribuir para melhorar a qualidade de vida de quem tem na celulite um bloqueio da autoestima.

Fatores desencadeantes

A celulite instala-se na fase em que os estrogénios começam a ser produzidos pelo organismo em maiores quantidades. Esta é uma das razões pelas quais os homens estão maioritariamente livres dela – esta hormona feminina é responsável pelo aumento da retenção de líquidos, que despoleta, por sua vez, um aumento da concentração de gordura nas zonas problemáticas, nomeadamente nádegas, coxas e abdómen.

Visível sob a pele, a celulite desenvolve-se uns degraus abaixo, na camada mais superficial de gordura, a hipoderme. As células que aqui existem, os adipócitos, estão organizadas em câmaras de fios de tecido conjuntivo. Quando estas células deixam de conseguir eliminar toxinas e água, começam a inchar e a comprimir os vasos sanguíneos envolventes. Transformam-se, desta forma, em verdadeiros depósitos de gordura, que podem aumentar o seu tamanho até 600 vezes – são eles os grandes responsáveis pela alteração do relevo da pele. Os fios de tecido conjuntivo endurecem, contraem-se e puxam a pele para baixo, contribuindo ainda mais para aquele aspeto irregular tipo “casca de laranja”.

É, por isso, impossível falar de celulite sem avaliar, ao mesmo tempo, a gordura localizada que a acompanha e que é responsável pela tal diminuição da microcirculação sanguínea.

Como consequência, não há drenagem linfática e a oxigenação torna-se insuficiente. O tecido conjuntivo da pele também sofre consequências, uma vez que as fibras de elastina e colagénio são prejudicadas, o que compromete ainda mais a aparência da pele.

Com a idade, ocorre uma perda de consistência e tonicidade dos tecidos, tornando a celulite mais visível e flácida.

 Homens e mulheres: descubra as diferenças

O tecido adiposo do homem é diferente. Na mulher existem septos (pequenas cordas fibrosas que separam porções de células de gordura) mais finos e com orientação retilínea, enquanto nos homens os septos são mais grossos, resistentes e oblíquos.

Estas características determinam que, no caso feminino, o tecido afetado pela celulite se expanda em direção à superfície, ou seja, à pele. Já nos homens este processo manifesta-se em direção ao músculo, tornando-os resistentes à celulite, mesmo quando ganham bastante peso.

Leia o artigo completo na edição de março 2022 (nº 325)