São divertidos companheiros de brincadeira, pacientes contadores de histórias e excelentes professores. São os avós! Nós, os pais, apenas devemos evitar que os seus mimos sejam excessivos ou que a sua atitude face aos netos entre em choque com a nossa.

 

Todos ficam a ganhar. Para os avós, cuidar dos netos pode ser uma injeção de energia. As crianças, por seu lado, ganham uns professores perfeitos e uns belíssimos companheiros de brincadeiras, com tempo para partilhar e paciência face à sua insaciável curiosidade. E para nós, papás, a sua ajuda é impagável… desde que a atitude dos avós não entre em contradição com a nossa forma de os educar.

Algumas das mais gratas recordações de infância estão ligadas aos nossos avós. De acordo com o psiquiatra infantil Arthur Kornhaber, “aquilo que os avós ensinam não se aprende em nenhum outro local”. Efetivamente – e salvo raras exceções –, o ponto de vista das pessoas mais idosas pode ser muito enriquecedor para a criança. Vejamos algumas das razões:

  • Os avós têm mais tempo para escutar e para responder às suas perguntas. Ultrapassam largamente os pais em disponibilidade e paciência. Além disso, transmitem à criança tranquilidade e segurança.
  • É um luxo para a criança ter um companheiro de brincadeiras disposto a proporcionar grandes doses de carinho. Os avós sentem uma união muito especial com os seus netos, dado que são a continuação da família que eles próprios iniciaram. E a sua influência repercute-se no bom equilíbrio emocional da criança.
  • São quem melhor pode explicar aos nossos filhos como nós éramos em pequenos. Às crianças, agrada-lhes saber o que fazíamos, na sua idade, a que brincávamos e de que ríamos. Assim, compreendem que nós fomos como eles e que também tivemos de aprender a fazer as coisas que, agora, lhes custam.
  • Por fim, os avós ensinam as crianças a entender as noções de tempo e de continuidade da vida. Graças aos relatos dos avós, os jovens constroem a sua própria história e a da sua família. Aprendem que os seus pais foram crianças e que se converterão em avós, quando eles próprios tiverem filhos.

A situação ideal

Para a criança, o ideal é poder desfrutar dos dois membros do casal, isto é, da avó e do avô. A avó adota, aos olhos da criança, um papel semelhante ao da mãe, quando ela não está presente; o avô, por seu lado, é a continuação da função paterna. Quando os pais não estão presentes, os avós são os melhores representantes das figuras paternas.

Infelizmente, são muitas as famílias em que um dos avós já faleceu; então, o apego do avô ou da avó ao neto costuma ser ainda maior e, se convivem com frequência, existe mesmo o risco de se vincular em excesso.

Leia o artigo completo na edição de setembro 2018 (nº 286)