Cada vez mais pessoas reconhecem o exercício físico como uma forma de evitar os riscos do excesso de sedentarismo. Os especialistas não se cansam de realçar os seus muitos benefícios, mas também deixam alguns alertas para uma prática segura.

 

Cerca de 150 milhões de europeus participam numa ou noutra modalidade desportiva, ou seja, uma pessoa em cada cinco. Isto demonstra o atual interesse da população por uma melhor qualidade de vida, pautada pela prática regular de exercício físico e, também, por uma alimentação mais saudável e equilibrada. No que diz respeito à atividade desportiva, os benefícios para a saúde são, de facto, muitos.

A conquista de uma boa condição física tem um valor decisivo na prevenção das doenças cardiovasculares e reumáticas, bem como das perturbações nervosas, da depressão e das diversas manifestações de stress, incluindo o burnout.

DIFERENTES TIPOS DE EXERCÍCIOS

Existem diversos tipos de exercícios ou desportos que agem, de forma diferente, sobre as nossas qualidades físicas:

ENDURANCE – Capacidade de suportar, durante um tempo consideravelmente longo, um esforço moderado – é favorecida, por exemplo, pela corrida, pelo ciclismo em terreno plano ou pela natação prolongada;

RESISTÊNCIA – Capacidade de suportar, durante o máximo de tempo possível, um esforço intenso – é exercitada com o treino com pesos ou pelas corridas de velocidade, por exemplo

AGILIDADE – Facilidade dos movimentos do corpo – é favorecida, por exemplo, pela ginástica, pela dança, pelo ioga e pelo pilates.O ideal é combinar diferentes tipos de exercícios, de forma a desenvolver estas qualidades em simultâneo. Mas para obter uma boa condição física de base, bem como para a prevenção das doenças cardiovasculares, convém privilegiar a endurance.

BENEFÍCIOS DIRETOS

  • Os benefícios que a prática cuidadosa do exercício físico traz ao nosso corpo, nomeadamente sob a forma de desportos de endurance, são consideráveis. Assim, vejamos:
  • O exercício físico obriga o organismo a absorver mais oxigénio e a distribuí-lo pelos músculos e tecidos. Esse oxigénio permite a boa combustão dos nutrientes e, portanto, a produção da energia necessária às atividades quotidianas.
  • O exercício físico desenvolve o sistema arterial capilar, no interior dos músculos. Assim, os tecidos musculares, nomeadamente os que suportam o esqueleto, ficam mais resistentes, fatigando-se menos e, por isso, suportando melhor esforços prolongados.
  • O exercício físico favorece a atividade dos pulmões. Por um lado, ajuda-os a utilizar o máximo da sua capacidade. Por outro, o diafragma e os músculos do tórax, que rodeiam os pulmões e regularizam a respiração, tornam-se mais vigorosos, favorecendo as trocas dióxido de carbono-oxigénio.
  • O exercício físico fortifica o coração; este, melhor alimentado de sangue, adquire maior potência e resiste melhor à fadiga. A longo prazo, o exercício físico, apesar de não impedir o aparecimento da aterosclerose nas pessoas a ela predispostas, retarda o seu desenvolvimento.
  • O exercício físico regulariza a digestão e combate a obstipação, porque estimula a atividade dos intestinos.
  • O exercício físico favorece o repouso, porque fatiga o organismo e elimina as tensões musculares parasitas. O sono torna-se mais profundo, permitindo, dessa forma, uma melhor recuperação.
  • Melhorando a circulação do sangue em todos os órgãos, o exercício físico estimula também a irrigação do cérebro. Isso traz consigo uma melhoria significativa do psiquismo e das faculdades mentais.
  • Do ponto de vista psicológico, o exercício físico, quando efetuado em boas condições, conduz a uma verdadeira satisfação, que é fonte de equilíbrio e de autoconfiança. Permite, muitas vezes, descarregar a agressividade e escapar ao stress, contribuindo, inclusive, para a redução do consumo de tabaco, álcool, excitantes e/ou tranquilizantes.
  • Está demonstrado que o esforço físico planificado fortalece todo o sistema imunológico.
Leia o artigo completo na edição de junho 2022 (nº 328)